domingo, 25 de novembro de 2018

I conferência Europeia de hidromeleiros

Saudações, caríssimos leitores!


Já lá vão uns quantos anos desde a primeira vez que relatei neste espaço eventos festivos por altura do meu aniversário. Desde então as festividades têm-se reduzido ao mínimo. Este ano, no entanto, as coisas seriam diferentes.

As festividades em si foram mais uma vez reduzidas ao mínimo, mas quis a sorte (ou, para ser mais preciso, quiseram os organizadores) que a primeira conferência de sempre de fabricantes de hidromel (hidromeleiros, à falta de outra palavra) a nível Europeu decorresse no meu dia de aniversário, na cidade de Poznań, aqui na Polónia.


Perante uma coincidência desta envergadura, não pude deixar de estar presente.


A conferência foi organizada de forma algo espontânea, partindo do que seria um pequeno encontro de convívio que acabou por crescer o suficiente para mudar de nome. A localização e data foram definidas pelo facto de já decorrer há alguns anos um festival e competição de cerveja artesanal de alguma dimensão em Poznań naquela altura (Kraft Roku), e também por ser aquela a cidade natal dos organizadores (o grupo Kings of Mead).

Uma pequena competição de hidroméis caseiros foi também organizada e daria seguimento à conferência. Desta vez não competi porque infelizmente desde que me mudei para cá ainda não recomecei a minha produção de fermentações alcoólicas.


Quanto ao evento propriamente dito, devo dizer que a organização fez um grande trabalho, principalmente tendo em conta a espontaneidade e o improviso com que tudo foi feito, bem como um orçamento inexistente.

As apresentações foram variadas e interessantes não apenas para quem está por dentro do fabrico destas bebidas (posso comprovar este facto porque não fui sozinho).

Ao longo do dia tive também oportunidade de conhecer uns quantos hidromeleiros de diversos países Europeus e ter conversas que não costumo ter com ninguém por geralmente causarem uma sonolência notória nos ouvintes que não sejam obcecados pelo assunto.


A competição que se seguiu à conferência trouxe-me uma inesperada tarefa. A organização da competição teve de recorrer à ajuda do público, já que o número de hidroméis recebidos (cerca de 60, em 4 categorias) foi maior do que o inicialmente estimado. Daí que uma grande parte dos hidromeleiros (profissionais ou amadores) presentes foram também juízes. Eu fui um deles, e embora seja uma experiência para recordar, é algo que tenho de treinar.

Provar hidroméis é fácil. O problema está em identificar correctamente os aromas, sabores, bons e maus, e perceber o porquê de estarem ali. E depois pôr essa informação no papel, mais concretamente na ficha de pontuações, sem estar a ser injusto para com o/a criador/a daquela bebida, e talvez até conseguir dar algumas dicas para melhorar o produto.

Estive numa das mesas de prova dos melomels (hidroméis com frutos usados na sua produção). Dois ou três deles eram de grande qualidade e o resto andava entre o médio e o fraquinho. Os menos bons eram os mais difíceis de julgar. Perceber quais são as falhas e tentar explicar como poderiam ter sido evitadas requer, creio eu, mais experiência (tanto a julgar como a fabricar a bebida) do que tenho neste momento. Fiz o que pude, mas da próxima farei melhor.


Acabou por ser um dia memorável, com muitos hidroméis e conversas sobre os mesmos. Tenciono em breve retomar este meu passatempo e competir para o ano (se conseguir fazer alguma coisa digna, lá está). Tenciono também escrever mais, especificamente sobre este assunto, num outro espaço que se encontra neste momento em obras, espero que não por muito mais tempo.


Para terminar, o vídeo que os Kings of Mead fizeram para cobrir o festival Kraft Roku. Só praticamente no último minuto mostram um pouco da conferência e competição na qual me vi inesperadamente envolvido, mas como acabei por nem sequer tirar fotos enquanto por lá estive, é o melhor que se arranja.



À nossa!

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