quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Obsidian Kingdom, Sólstafir

Impressionante. Já estou de volta!


Antes de passar ao assunto propriamente dito, gostava de escrever um pouco acerca de uma banda que não aparece muito por aqui: Muse. Sim, esses mesmos, que hoje em dia aparecem nas grandes rádios e enchem estádios nos seus concertos.

Há quinze anos atrás fui com um grande amigo ao festival da Ilha do Ermal, para depois nos encontrarmos com mais alguns por lá. A motivação, para mim, era poder ver ao vivo possivelmente a minha banda favorita da altura, os Deftones, e os Limp Bizkit, que também ouvia nesse tempo.

O local era muito porreiro, e pude finalmente banhar-me no rio Ave, já que na minha terra natal o aspecto da água não é particularmente convidativo.

No primeiro dia do festival, um dos primeiros concertos - dos Asian Dub Foundation, que não conhecia - fora cancelado. No seu lugar tocou uma banda para mim desconhecida também - uns tais de Muse.

O cenário era o típico de um início de tarde num festival. Talvez uma centena de pessoas em frente ao palco principal, pouco alarido, nada fazia prever o que se seguiria. A verdade é que é dos concertos que ainda hoje recordo. Os desconhecidos rockaram e marcaram-nos, brindando-nos com um grande concerto ao qual poucos tiveram o privilégio de assistir.

Hoje olho para eles como para um grupo de velhos amigos. Não deixa de ser estranho lembrar-me desses momentos enquanto vejo imagens de estádios cheios nas suas mais recentes tournées.


Pois bem. Tudo isto para introduzir uma banda, ainda algo desconhecida, que aprecio particularmente.

Chamam-se Obsidian Kingdom e são de Barcelona. E referir-me-ei a um álbum em particular - Mantiis.

Há já um par de anos deparei-me com esta maravilha no Bandcamp e adquiri uma das últimas cópias da primeira edição do CD (mais tarde viria a ter também o LP).

Quando o álbum fez um ano, enviaram-me (a mim e aos restantes compradores da limitada primeira edição do disco) um postal comemorativo. O tipo de atenção que nunca aconteceria, não fosse a banda ainda pequena.

É dos álbuns que mais prazer me deu ouvir nos últimos anos. Pelo que ouvi os trabalhos anteriores caem mais numa espécie de black metal de que não sou grande adepto. Mas neste criaram um mundo com ambientes que variam do mais calmo ao mais brutal, com uma continuidade que me impede de ouvir músicas isoladas. Só faz sentido ouvir isto de uma ponta à outra. Fenomenal.

Em Novembro do ano passado não perdi a oportunidade de os ver ao vivo. E logo aqui em Nijmegen.

Foi a única vez que fui a um concerto de propósito para ver uma banda de suporte. Foi, portanto, um concerto curto. Mas ainda assim eles fizeram uma espécie de medley de vários momentos do álbum e a coisa resultou muito bem.

No final estive um pouco à conversa com alguns membros da banda. Quando lhes pus o postal à frente para autografarem ficaram algo surpresos inicialmente. Não há assim tantos e não estariam à espera de ver um ali.

Não me parece que cheguem a encher estádios, pois este estilo de música é mais "difícil", mas a sensação é semelhante, já que posso dizer que de certa forma contribuí para o seu sucesso ainda numa fase inicial. Se vierem a encher estádios parece-me que deixarão de enviar os postais, infelizmente. Nessa altura lembrar-me-ei certamente desta ocasião com um sorriso nos lábios.


Obsidian Kingdom - Fingers in Anguish



Obsidian Kingdom - Mantiis (completo)




A segunda banda, Sahg, talvez até tenha algum interesse, mas na altura não me puxou nada, portanto não lhes voltei a prestar atenção.


Por fim, a banda Islandesa que encabeçava a noite de concertos, Sólstafir. Não os conhecia antes de saber do concerto, mas já estava convencido de que iria gostar. Com uma espécie de post-metal atmosférico, por vezes melancólico, cantado em Islandês, o seu mais recente álbum captou a minha atenção de imediato. Gostei do concerto, e a verdade é que entretanto me tornei fã deste seu trabalho, portanto a noite valeu também por esta descoberta.


Sólstafir - Lágnætti



Sólstafir - Ótta (completo)




Doei!

Mogwai, take 4; Opeth, take 7

Saudações, caros leitores!


Para optimizar a escrita dos posts que se encontram em lista de espera, aproveito para, muito sucintamente, vos falar de sons vindos de dois concertos distintos, entre Outubro e Novembro do ano passado.

Isto porque creio não ter muito mais a escrever sobre estas bandas. Desde há muitos anos que se encontram constantemente no top das minhas audições e, embora representando estilos bem distintos, são duas das minhas bandas favoritas.


Foi "apenas" a quarta vez que vi Mogwai ao vivo. Recordo-me que a primeira foi no velho Hard Club, no Porto, há mais de 10 anos. Desta vez foi em Utrecht, no Tivoli Vredenburg.

O seu mais recente álbum não será, certamente, o melhor. Mas é bastante sólido e continuo a ouvi-lo com alguma frequência. De certa forma conseguem agregar o som dos seus mais recentes álbuns com alguns elementos dos seus mais longínquos trabalhos, adicionando mais um pouco de electrónica para criar um ambiente novo, mas ao mesmo tempo familiar. Como já disse, não é o meu favorito, mas tem momentos que me levam de volta ao CODY, por exemplo, que muito me marcou.


Mogwai - Simon Ferocious



Mogwai - Blues Hour



Quanto aos senhores que se seguem, os grandes Opeth, foi já a sétima vez que os apanhei por perto (em quatro países diferentes). Foram vistos por mim ao vivo pela primeira vez também no Hard Club. Desta feita foi em Amsterdão, no Heineken Music Hall.

Os mestres confirmaram a sua passagem para o rock progressivo inspirado nos clássicos, sem os rugidos guturais de outrora. Já desde os primórdios que mostravam uma certa apetência para este e outros estilos musicais em voga décadas antes, mas acabavam por nunca estar tão em foco devido ao impacto dos sons mais pesados. Continua a haver algo de pesado no som, mas nada como nos seus tempos idos, em que o black metal estava ainda bem presente. Por mim, tudo bem. Bem superior ao álbum anterior, desta vez acertaram na muche.


Opeth - Eternal Rains Will Come



Opeth - Voice of Treason




Sendo assim, mais dois grandes concertos a juntar à já respeitável colecção em exposição nas galerias da minha memória.

Voltarei em breve para mais música.


Doei!

sábado, 26 de setembro de 2015

PAUS, Maybeshewill

Caríssimos,

Com vontade de pôr a escrita a par com a cronologia, venho falar-vos brevemente sobre um fim-de-semana longínquo, em meados de Outubro do ano passado, no qual tive música de sobra.

Começando com a vinda de uma banda Portuguesa a um bar de concertos aqui em Nijmegen. Falo dos PAUSno Merleyn.

Não os conheço particularmente bem, mas a sua música interessou-me o suficiente para lá dar um salto.

E se gosto da música deles em casa, ao vivo ainda soa melhor. Quase não dá descanso, com os dois bateristas em constante actividade. Energia foi a palavra de ordem.

PAUS - Corta Vazas



Para o dia seguinte tinha agendada uma visita ao já habitual 013, em Tilburg. Desta feita para ver os Ingleses Maybeshewill. Esta banda atraiu-me inicialmente com um post-rock um pouco mais puxado que parece ter acalmado um pouco no seu mais recente álbum, com alguma electrónica e momentos mais atmosféricos.

Estes jovens têm alguns dos momentos musicais mais épicos em que pus os ouvidos ultimamente.

Maybeshewill - Opening / Take this to Heart


Maybeshewill - In Amber



E pronto, por agora é isto. Tenho ainda muito que escrever.

Doei!