quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Sinistra despedida e mudança para Leste

Saudações, caríssimos e assíduos leitores!


Como poderão ter deduzido, ou tomado conhecimento por outras fontes, os últimos meses foram algo atarefados para a minha pessoa. Não pretendendo tomar muito do vosso tempo (ou do meu), passo a explicar, de forma relativamente sumária.

Ainda no primeiro trimestre do ano, com o final do meu contrato de trabalho, decidimos que iríamos tentar um regresso a terras Irlandesas. Por várias razões, uma de cada vez ou todas em simultâneo, esse acabou por não ser o nosso destino. A data da mudança, de qualquer forma, já estava decidida, independentemente do destino, pelo que as últimas semanas de Setembro foram ocupadas de forma bastante alegre e contente com as tarefas de encaixotar tudo o que tínhamos, a que se seguiria o envio das correspondentes caixas e a agradável limpeza da casa e arredores.

Depois de dias e dias a montar um sem fim de caixas para lá poder colocar toda a tralha que foi acumulada ao longo dos anos, de engarrafar as bebidas que ainda estavam em lista de espera, de deitar fora as bebidas que não mereciam o trabalho e de ir ao vidrão dezenas de vezes para descartar as centenas de garrafas vazias que sempre ia guardando, as coisas foram, com maior ou menor dificuldade, acalmando.

Pelo caminho não deixei de me indagar sobre a simbiose verificada entre as caixas de cartão e o plástico com bolhas de ar. Os rolos deste plástico foram entregues em caixas de cartão, enquanto que as caixas de cartão novas se apresentaram embrulhadas no mesmo plástico. E assim passava horas a contemplar esta maravilha. Ou então a descansar sobre as confortáveis bolhas, enquanto os constantes rebentamentos das mesmas me iam embalando.




Com a maior parte do encaixotamento a decorrer nos últimos dias, como seria de esperar, não pude deixar de começar pelos meus queridos discos, tendo aproveitado para os embalar de uma forma algo festiva, mesmo aqueles cuja música aponta no sentido oposto. Quando me cansava de encaixotar discos ia então até à adega e preparava uma bebida para ser engarrafada.






Espero manter na minha memória, durante muito tempo, as imagens do dia da mudança, para que pense um pouco melhor antes de comprar o que quer que seja daqui para a frente. Uma vez no camião, nem parece muita coisa. Mas isso explica-se com o tamanho do camião e com o facto de não termos mobília para enviar.












Depois de consumada a entrega das chaves, ficámos ainda um último fim-de-semana em Nijmegen, em quarto emprestado. Tivemos assim oportunidade de nos despedirmos de mais uns amigos (os restantes foram despachados durante a semana) e de assistir àquele que considero o concerto de despedida ideal. Uma banda que já antes, ao de leve, apresentei neste espaço. Uma das minhas bandas favoritas do momento, Sinistro, que nunca conseguira apanhar ao vivo em Portugal, dava nessa altura uma volta à Europa, e que melhor coincidência do que um concerto em Nijmegen (no Merleyn) precisamente no meu último fim-de-semana.











Ainda deu para comprar a t-shirt da praxe, arranjar um CD autografado e estar alguns minutos à conversa com a vocalista, Patrícia Andrade. Uma banda que continuarei a seguir e um concerto do qual certamente me lembrarei como um dos últimos grandes momentos que tive naquela cidade Holandesa que me acolheu durante mais de seis anos.


Como alguns poderão ter imaginado, o destino é a bela cidade Polaca de Cracóvia. Será desta que aprendo aquele idioma de vez? Conseguirei finalmente adquirir a paciência que os Polacos aparentam ter quando estão parados em longas filas? Será que passarei a falar da II Guerra Mundial de forma obsessiva? Não percam os próximos episódios, porque nós também não!

Uma coisa é certa. Não passarei fome.




Do widzenia!