segunda-feira, 19 de abril de 2010

And so I watch you from afar, Groningen...

Caríssimos leitores,

Qual é o sentido da vida? Existe vida inteligente no universo (sim, já estou a contar connosco)? Será real a existência de um ser divino, criador de tudo e todos, como por exemplo o Monstro de Esparguete Voador? Será o tremoço realmente um marisco? De que cor era o cavalo branco de Napoleão?

Questões pertinentes, e que me ocupariam grande parte do tempo caso não estivesse a fazer outras coisas, como por exemplo escrever no blog. Sendo assim, numa próxima oportunidade tentarei falar um pouco sobre elas. Por agora, não é isso que me traz aqui.


Há já cerca de duas semanas (no sábado 17 de Abril) desloquei-me bem ao Norte dos Países Baixos, mais concretamente à cidade de Groningen.

E perguntam os curiosos leitores: Porquê Groningen?

Groningen é uma cidade que alberga uma população estudantil significativa e onde há, por isso, uma oferta cultural bastante orientada à juventude. Já de alguns anos para cá, alberga também um dos meus melhores amigos, que finalmente decidi visitar.

Sendo ele uma das poucas pessoas que conheço com quem tenho grande parte do gosto musical em comum, esta visita serviu também para dar um salto ao Vera, um espaço não muito diferente do Doornroosje de Nijmegen, onde passam algumas bandas interessantes.

A banda que por lá passou dessa vez tem um daqueles nomes que fica no ouvido, por ser pequeno e simples de memorizar - And So I Watch You From Afar.


Esta banda Norte-Irlandesa é mais uma a ser referida neste blog por tocar o chamado post-rock. Mas neste caso com muitas influências de math rock (ou rock matemático, com os seus contratempos característicos, para além, claro, de derivadas, integrais, equações diferenciais e alguns números imaginários) e formas mais pesadas de post-rock.

O resultado final é uma mistura explosiva com alguns (não muitos) momentos calmos, e que ao vivo soa bastante bem. Superou muito as expectativas. Deixo-vos aqui um cheirinho da música deles, na forma de vídeo (só faltava ter sabor também).


And So I Watch You From Afar - A Little Bit Of Solidarity Goes A Long Way




Quanto ao resto do fim-de-semana, devo dizer que tive sorte. O sol decidiu aparecer especialmente para mim, já que nas semanas anteriores estivera ausente em parte incerta.

De qualquer forma, a vontade de pegar na máquina fotográfica foi inversamente proporcional à quantidade de raios de sol com que fui brindado, por isso apenas vos posso mostrar as seguintes, todas tiradas no espaço de meio minuto na praça principal da cidade. Terá de ficar para outra altura.





Tot ziens!

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Oslo

Caríssimos leitores,

Já com algum atraso, venho relatar muito brevemente um belo fim-de-semana de Páscoa.

Como qualquer um de vós, quando pensei no que fazer na Páscoa, algo se iluminou na minha mente: "Noruega! É isso!"

Algum tempo depois de reservar tudo, pensei novamente: "Espera lá, mas o bacalhau é mais na altura do Natal...". Mas era tarde de mais.

Sendo assim, o meu destino de Páscoa foi a capital do país do bacalhau, dos ursos polares e dos trolls, Oslo.

Certamente não será o local mais representativo da cultura Norueguesa e, pelo que li, está longe de ser considerada a mais bela cidade do país. Mas foi esse o ponto de partida escolhido, principalmente devido às ligações aéreas de Rygge (a 60km de Oslo) para Weeze (o aeroporto mais próximo de mim) e para Cracóvia (ou pensavam que fui sozinho?).

Devo dizer que Oslo não deixa de ser uma cidade bonita. Geralmente bem tratada, com bastantes edifícios interessantes, arquitectonicamente falando (embora não seja eu quem percebe disso), a cidade é povoada por esculturas e espaços verdes, e banhada pela água do mar que enche o Oslofjord (que, apesar do nome, não é exactamente um fiorde).

Durante a viagem foi fácil verificar que os Noruegueses realmente apreciam a natureza e, portanto, o seu país. Muitas bicicletas (não tantas como na Holanda, mas isso é difícil), muitos jardins espalhados pela cidade, e sempre a sensação de que respiramos ar puro, mesmo no centro da capital.

Mesmo sendo a capital, qualquer Norueguês que se preze tem à sua disposição, a minutos de distância, a possibilidade de velejar, de caminhar ou pedalar pela floresta ou montanha, de esquiar, e tudo o que envolva actividades ao ar livre, de que tanto gostam.

Pareceu-me um local agradável para se viver, mas obviamente também tem os seus pontos menos bons.

Um deles, pelo menos do ponto de vista de um Português, é o facto de no início de Abril (altura em que esta viagem foi feita) uma pessoa sentir na pele, especialmente se estiver vento, temperaturas pouco ou nada acima dos 0ºC, durante o dia. Em pleno Inverno o frio e a escuridão imperam, pelo que não me parece ser um local muito agradável nessa altura do ano.

É também, como pudemos verificar, uma cidade cara. Ou melhor, é uma cidade cara que se farta. Possivelmente isso não é tão aborrecido para quem tem um ordenado Norueguês, portanto imagino que este impacto seja maior nos turistas.

Tirando estes pontos, por demais conhecidos, é uma cidade bastante porreira com locais interessantes para visitar, sendo que um fim-de-semana não chega para tudo, obviamente.

Dos pontos mais interessantes da cidade, posso referir o parque Vigeland (que constitui parte do parque Frogner), preenchido com esculturas de Gustav Vigeland (um importante escultor Norueguês), a fortaleza, a Ópera e ainda vários belos edifícios espalhados pelo centro da cidade.

Interessante também é o Folkemuseum, situado na península de Bygdøy, acessível, nesta altura do ano, de ferry a partir do porto da cidade. É um museu ao ar livre para onde foram levados diversos edifícios de diferentes partes do país, representando construções tradicionais, maioritariamente em madeira. Um dos mais impressionantes é uma igreja de madeira, originária da localidade de Gol.

Ainda na mesma península, fizemos uma visita a um museu dedicado ao barco Kon-tiki. Infelizmente, por ser dia de Páscoa, não foi possível visitar outro dos museus interessantes da zona - o museu dos barcos Vikings.

Para além disto, fiquei a saber que os Noruegueses bebem muito café, embora isso se deva ao facto do café ser fraco, e consequentemente consumido em grandes quantidades. Os Portugueses nunca chegariam aos calcanhares deste povo, já que bebemos meros shots potentes de bom café.

Deu ainda tempo para provar bacalhau, pizza (muito tradicional), gelados (mesmo com o frio) e ainda Aquavit, que é basicamente vodka feito a partir de batata, com umas ervas, e por vezes envelhecido em cascos de carvalho, havendo ainda diversas outras variantes. Algo que fiz questão de trazer comigo para saborear em casa.

E pronto, deixo aqui algumas fotos que resumem o fim-de-semana em milhares de palavras.














































Farvel!