terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Tormentas e Boa Esperança

Saudações, caríssimos!


Têm sido tempos algo tumultuosos na minha mente.

Desde logo cheguei recentemente aos redondos 40 anos. A esperada crise da meia idade, na verdade, já vem de há alguns anos a esta parte, e está relacionada com alguns problemas físicos que, não sendo nada de extraordinário para já, me levam a pensar em quão pior poderão ficar.

Depois, o vislumbre do futuro que é ver os meus pais sofrerem com as debilidades trazidas pela idade e pela doença. Se por um lado me preocupo com eles, há sempre uma parte da minha mente que vai alternando entre o apelo motivacional ("Anda lá, só tens mais uns anos de saúde, faz coisas!") e a depressão ("Já só tens mais uns anos de saúde, se tiveres sorte, por isso se calhar não vale a pena fazer essas coisas.")

Entretanto a minha mente naturalmente tratou de adicionar mais algumas preocupações à sua lista cada vez mais longa, com uma pandemia e uma guerra pelo meio.

Mas enfim, cá "vamos andando". Embora esta seja uma expressão que não quer dizer muito, por outro lado, de facto, vamos mesmo andando, e há algo de positivo nisso.


Serve esta deprimente introdução para tentar dar um salto ao reverso da medalha e acabar de forma positiva e lamechas.


Se há muitas preocupações, medos, e dúvidas, há no entanto algo que fiz este ano com toda a convicção e confiança.

Dias depois de completar os meus 40 anos, dei também o chamado nó. Já não me posso considerar solteiro e bom rapaz. A miúda que conheci há 14 anos num pub Irlandês, em Waterford, assinou um contrato vitalício comigo.

15 anos depois de ter saído de Portugal, vejo-me instalado do outro lado da Europa com a minha mulher, esposa, cônjuge, e tecnicamente também ex-namorada.

Mais uma vez me vem à mente um sem número de acasos e pequenas decisões que me trouxeram aqui. É sempre fascinante, mas também fútil, pensar nisso. Em todo o caso, não quereria que tivesse sido doutra forma.

Por muito íngreme que possa ser o nosso caminho, a possibilidade de o percorrer a Teu lado é motivação suficiente. Kocham Cię, M.




Do zobaczenia!

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

De volta ao futebol

Saudações desportistas!


Antes de começar com os devaneios, um adeus ao enorme Pequeno Genial, que nos deixou recentemente. Já cheguei tarde para ver Chalana jogar, mas como para qualquer outro Benfiquista, sempre foi um nome de referência, e não só pelo bigode, que ia ouvindo de Benfiquistas mais velhos.

A última vez que escrevera algo sobre futebol foi já há quase dois anos, e após reler essa minha crónica posso concluir, sem surpresa, que as minhas previsões saíram quase todas furadas. Sendo assim, decidi tornar a escrever sobre esse assunto, e talvez lançar mais algumas previsões que naturalmente falharão por completo.


Vamos então por partes.

A previsão quanto às eleições do Benfica foi a única que não falhou. De facto Luís Filipe Vieira tornou a vencer, após o investimento desenfreado durante o Verão. Acontece que no Verão seguinte se viu seriamente embrulhado com a justiça e eventualmente demitiu-se do cargo de presidente do clube, algum tempo após ter sido detido. Rui Costa assumiu a presidência e, uns meses mais tarde, foi oficialmente eleito para o cargo.

Embora veja alguns passos no bom caminho, ainda falta bastante para que Rui Costa me convença como presidente. Afinal de contas, esteve sempre ligado à direcção anterior, e em posições de destaque nos últimos anos.


Após aquele investimento desenfreado de que falei, a verdade é que tinha algumas expectativas em relação à equipa, assim como dava poucas hipóteses ao Sporting de lutar pelo título, o que obviamente resultou num Sporting campeão nessa época. Mais uma belíssima previsão.

A minha previsão relativamente a Jorge Jesus foi mais uma das que falharam redondamente, mas aqui acho que a culpa é mais dele do que minha. Não era muito complicado pôr o Benfica a jogar melhor futebol (nem era preciso o triplo, como ele prometera), mas por muito que olhe para as últimas duas épocas, isso muito raramente aconteceu. Após a saída de Jesus, Veríssimo pode não ter sido extraordinário, mas certamente não fez pior.

Com a nova época já em andamento, não é difícil de perceber que, apesar de Roger Schmidt estar ainda nos primeiros meses de trabalho, já a equipa apresenta uma evolução notável relativamente às duas últimas épocas. Da parte da direcção, as contratações, até ver, têm sido feitas com mais critério, embora ainda tenhamos duas semanas de mercado pela frente e algumas lacunas por preencher. Portanto, desta vez acho que tenho já razões mais substanciais para estar com alguma confiança.


Outra das previsões que falhei foi a minha descrença quanto à possibilidade de alguma vez ver o Benfica ao vivo na Polónia. Aconteceu ontem mesmo, em Łódź, a terceira cidade Polaca em termos de população. O adversário não foi nenhuma equipa local, mas o Dínamo de Kyiv que, infelizmente, devido à invasão Russa que continua a afectar a Ucrânia, tem jogado no estádio municipal de Łódź, onde habitualmente joga o ŁKS.

Mas vamos primeiro ao mais importante. Como se pronuncia "Łódź"? Nada mais simples. Esqueçam o "Lodz" que tipicamente se usa em Portugal. Segue-se uma tentativa algo frustrada de explicar os sons equivalentes em Português:

  • "Ł" - "L" dito por alguém que não consegue dizer os L's
  • "Ó" - "U"
  • "D" - tal como em Português
  • "Ź" - "J"
Na prática soa algo como "Uudj". Mas melhor mesmo é ouvirem a palavra a ser correctamente pronunciada (por exemplo, aqui).

Voltando ao jogo, era a primeira mão do play-off de qualificação para a Liga dos Campeões. Depois do Benfica ter passeado frente aos Dinamarqueses do Midtjylland, este embate seria certamente mais complicado. Apesar de não ter competição nesta altura, o Dínamo de Kyiv é uma equipa mais difícil de bater, como já mostrou ao eliminar o Fenerbahçe e o Sturm Graz. Mas, embora tenha causado um ou outro calafrio, o Benfica acabou por ser claramente superior e saiu da Polónia com dois golos de vantagem para a segunda mão.

Posso não ter outra oportunidade de ver o Benfica por cá, mas já fico satisfeito por ter tido esta. Na verdade, ver o Benfica em jogos Europeus é das minhas actividades Benfiquistas favoritas, e sempre o fiz misturado com os adeptos locais. Neste caso estavam, pareceu-me, poucas centenas de Benfiquistas algo espalhados, e não havia uma concentração de adeptos que facilitasse cânticos muito sincronizados. Um pouco como ver Portugal no Euro 2012. A grande diferença para outros jogos Europeus a que assisti antes foi o facto de estar rodeado dum misto de Benfiquistas, Polacos (inclusive Benfiquistas Polacos) e Ucranianos, num ambiente sem tensão nenhuma, e em que tive a oportunidade de apoiar a minha equipa, regozijar-me com os golos, e apoiar a causa Ucraniana. Duvido que volte a ter uma experiência futebolística com tanto significado, por muito pouco (ou nenhum) impacto que tenha no que está a acontecer no país vizinho.



Passamos então para as previsões que fiz relativamente ao Cambridge United. Ora, essa época começara com os U's a chegar ao topo da tabela e com Paul Mullin a marcar uma rajada de golos. A verdade é que, ao contrário do que eu pensara, a equipa não perdeu fulgor e terminou num digno segundo lugar, subindo para a League One, o que, segundo os meus potencialmente incorrectos cálculos, não acontecia há quase 20 anos.

Infelizmente Paul Mullin, que continuou a marcar golos nessa época, tendo chegado aos 32, e vencido o prémio de jogador da época da League Two, decidiu aceitar uma proposta financeiramente mais vantajosa para mudar de ares. Em vez de seguir para a divisão acima com o Cambridge United, foi para a divisão abaixo (abaixo da League Two, portanto) para tentar ajudar o Wrexham a subir, o que até ver ainda não se verificou.

Ainda assim, o Cambridge teve uma meritória prestação na última época, mantendo-se a meio da tabela. Para já parece-me ter condições para se manter a este nível, e vou seguindo a equipa com interesse.


Tendo em conta o grau de sucesso das minhas previsões, quero só aqui prever a não vitória do Benfica no campeonato, e ainda as péssimas prestações do Benfica na Liga dos Campeões e do Cambridge United na League One, bem como um lugar entre o 2º e o 32º para Portugal no próximo mundial.


E por agora é tudo.


Até breve!

sábado, 6 de agosto de 2022

John Cleese e Passadiços

 Um grande bem-haja, meus incontáveis leitores!


Infelizmente com pouco tempo dedicado à escrita, e ainda com uma guerra nas redondezas, venho apenas despejar algumas fotos com poucas palavras sobre uma recente (e mais uma vez curta) viagem a terras lusitanas.

No início de Junho, no seguimento dum excelente presente de Natal, fizemos uma viagem relâmpago a Lisboa, desta feita para ver ao vivo John Cleese, essa lenda viva do humor mundial, naquilo que pode bem ter sido a última oportunidade de o fazer.




Entre um misto de observações pertinentes e a recordação de momentos lendários envolvendo os Monty Python e outros dos seus projectos, as gargalhadas proliferaram pelo Coliseu dos Recreios e foi uma noite excelentemente passada.


Com Lisboa para trás, foi a vez de explorarmos a zona de Arouca por uns dias. Caminhar pelos passadiços do Paiva, atravessar a impressionante ponte 516 Arouca sobre o mesmo rio, observar inúmeros pontos de interesse geológico, biológico e histórico, bem como ingerir belíssimas iguarias da região, foram as actividades que encheram os dias e ficaram ainda assim a saber a pouco até à hora de regressar.

Assim sendo, temos mais uma região à qual teremos que regressar para melhor aproveitar o que tem para oferecer.



























Até breve!

quinta-feira, 23 de junho de 2022

Messa, Yenisei, Distant Dream

Saudações, caríssimos.


Depois de dois anos de pandemia prontamente seguidos da invasão Russa à Ucrânia, fiquei com necessidade de fazer algo que equilibrasse um pouco a minha sanidade mental.

Música, portanto.

Em Maio, e na mesma semana, fui a dois concertos em Cracóvia, depois de mais de dois anos sem pôr os pés nesses eventos, outrora tão corriqueiros na minha existência.


O primeiro teve como protagonista uma banda Italiana que não conhecia até uma ou duas semanas antes do evento. É um daqueles raros casos em que descubro a banda certa no momento certo, colocando-a instantaneamente na minha lista de bandas de referência, nem que seja por uns meses.


Falo de Messa, capazes de nos presentear com uma hábil combinação de Doom Metal com Jazz, Blues, Folk e outros estilos, acompanhados por uma belíssima voz feminina. Era disto mesmo que precisava, sem o saber.



E que maravilha ter a possibilidade de quebrar o jejum de concertos com um concerto destes. Apesar dos muitos concertos a acontecer por estes dias, tenho cada vez menos vontade de me deslocar aos maiores eventos. Pode ser da idade, mas sabe-me muito melhor ir a um concerto num bar do que num pavilhão ou estádio, e nem sequer considero pôr os pés num grande festival. Acho que já lá vão os tempos em que me dava a esse trabalho. Hoje é muito mais provável ir a pequenos concertos de bandas algo obscuras. E descobri-las dá-me um gosto enorme também.


Poucos dias depois foi a vez de voltar ao Post-Rock, neste caso Polaco.


Primeiro Yenisei, banda de Cracóvia que lançou recentemente um belíssimo álbum. Não é um estilo que tenha acompanhado muito ultimamente, mas bom Post-Rock encaixa-se sempre bem em qualquer situação, e assim foi.


A banda cabeça de cartaz desse dia foi Distant Dream, com um estilo mais musculado que resulta muitíssimo bem ao vivo.



Bem sei que não voltarei aos tempos em que todas as semanas ia a concertos, mas sem dúvida que a falta deles foi das coisas que mais me afectou durante a pandemia. E a minha mente bem precisa deles, principalmente em tempos negros como os actuais.


Até breve!

sexta-feira, 8 de abril de 2022

Guerra e Hidromel

 Caríssimos,


Nos últimos rabiscos produzidos neste espaço referia que este ano de 2022 já se estava a diferenciar dos anteriores. O que dizer agora? Duas semanas depois de ter publicado aquelas linhas, a Rússia invadia a Ucrânia, trazendo as atrocidades da guerra para a Europa mais uma vez.

Nessa manhã estava a caminho de Varsóvia para participar na maior competição Europeia de hidroméis (Mead Madness Cup), a que se seguiria a conferência que reuniria hidromeleiros de toda a Europa, e mesmo alguns do resto do mundo. Desta feita, esse fim-de-semana teve duas faces.

Como sempre, tive a oportunidade de conhecer pessoas de todo o mundo ligadas ao hidromel. Reencontrei também alguns amigos que fui fazendo nestes eventos ao longo dos anos. Provei, formalmente e informalmente, um sem número de hidroméis de todo o tipo. Em geral, é um evento ansiosamente aguardado durante todo o ano.

Por outro lado, aquilo que deveria ter sido alegria e convívio acabou por sê-lo apenas parcialmente, pelo menos para mim. Se estava a pensar e a falar sobre hidromel metade do tempo, na outra metade estava nervoso e abananado, sem conseguir gozar do evento como seria suposto.

Para mim o momento alto de todo o fim-de-semana foi o anúncio duma das medalhas a um dos nossos hidromeleiros que não pôde estar presente precisamente por ser Ucraniano e estar naquela altura a lidar com questões mais importantes. Seguiu-se um longo e sentido aplauso de pé de todos os presentes.


Bem sei que sentiria as coisas de forma diferente se vivesse em Portugal e se não tivesse a ligação que tenho a esta parte da Europa, mas a verdade é que, dadas as circunstâncias, tenho muita dificuldade em levar uma vida sequer perto do normal neste momento. Envergonho-me por não ter tido a mesma reacção a todas as outras guerras e injustiças que proliferam pelo mundo, mas acordar tarde é melhor que não acordar de todo.

Há vários factores a influenciar a minha forma de ver isto. Desde logo, quase toda a fronteira Leste da Polónia está envolvida (Rússia, Bielorrússia e Ucrânia). Vivo a cerca de 250km da fronteira com a Ucrânia. O facto de viver por cá há uns anos também me pôs um pouco mais a par do cabrão que levou a cabo esta invasão. E depois temos um simples facto que faz alguma diferença: desta vez eu conheço algumas das cidades que estão a ser bombardeadas, conheço pessoas que estão "do lado de lá" e, embora ainda na terceira pessoa para já, testemunho de mais perto o que por lá está a acontecer.

Entre doações de dinheiro e itens de primeira necessidade para ajuda humanitária, passando por ajudas mais directas para quem está ainda na Ucrânia, sinto sempre que não consigo fazer o suficiente, mas creio que nunca parecerá o suficiente.

A Polónia tornou-se num exemplo, na forma como está a receber e a ajudar os refugiados que há mais de um mês enchem os postos fronteiriços. Pessoalmente, para já só acolhemos uma pessoa durante tempo limitado, mas a verdade é que estou tremendamente orgulhoso na forma como os Polacos (e também estrangeiros que por cá vivem) se chegaram à frente e não ficaram à espera do governo ou entidades oficiais.

O governo, assim como os governos dos países aqui da zona (exceptuando a Hungria), compreendem melhor o que está em causa e mostram muito mais coragem na forma como enfrentam a Rússia. Não esqueço que este governo está a tentar criar na Polónia algo não tão diferente assim do que se passa na Rússia,  e vai tentando ganhar pontos para as próximas eleições com toda a situação. Mas fica sempre a sensação que o resto da Europa (a começar pela Alemanha) está a demorar demasiado tempo a perceber o que está em causa e a reagir com a intensidade necessária.

É assustador assistir a tudo isto e perceber que não é um documentário sobre o início da segunda guerra mundial, mas a triste realidade actual. Apesar dos exemplos de bondade que se vê por todo o lado, as tendências soturnas da minha mente levam-me frequentemente para pensamentos misantropos, por todas as atrocidades que se vão verificando nos cenários de guerra. O post que escrevi aquando da eleição de Trump nos EUA continua a encaixar que nem uma luva na actualidade.

Enfim, a minha mente é assim, mas enquanto não sucumbe completamente a esses pensamentos, há que ajudar.


Uma das organizações que fornece ajuda humanitária aqui na Polónia é a Polska Akcja Humanitarna, e podem doar dinheiro para o efeito aqui.

As próximas sugestões são sobre pessoas que conheço pessoalmente. Se tiverem alguma dúvida contactem-me. Mais à frente deixo um vídeo onde podem ouvir essas mesmas pessoas.

Alex é um entusiasta de cerveja e hidromel e tem um pub em Kharkiv. Neste momento está na zona de Lviv a ajudar refugiados e também a angariar equipamento para o exército. Este post público no facebook tem todas as informações. Se quiserem ajudar, podem fazer uma transferência para a conta mencionada após "FOR EUROPE").

Yuriy é também de Kharkiv e um dos seus hidroméis recebeu a medalha que originou a ovação da noite, durante a entrega dos prémios na Mead Madness Cup. Está também neste momento na zona de Lviv, e está a angariar fundos para a compra de drones para o exército. Este post público no facebook (na página da sua caseira Silverspoon Brewery) tem todas as informações. Para doações o mais fácil é usar o endereço de Paypal mencionado no final.

Vitalii tinha uma produção de cidra e hidromel na zona de Kyiv. Tinha, porque infelizmente foi completamente destruída durante a invasão. Este post público no facebook explica como podem ajudar, enviando doações para o endereço de Paypal mencionado. Se quiserem podem também ainda comprar alguns dos seus hidroméis na maior loja online especializada aqui da Polónia. Os seus hidroméis são os chamados "session mead", geralmente com 6% a 8% de álcool e na sua maioria gaseificados. São dos melhores que se consegue encontrar deste estilo. Infelizmente imagino que muitos deles não estarão novamente disponíveis num futuro próximo.

No vídeo seguinte podem ouvir um pouco do testemunho destas pessoas, numa emissão especial que os Kings of Mead fizeram em que o Vitalii, o Yuriy e o Alex participaram.


Numa nota mais positiva, deixo aqui um curto vídeo com o resumo do que foi a competição Mead Madness Cup deste ano, seguido duma música que os Pink Floyd acabaram de gravar, acompanhando um cantor Ucraniano, para a angariação de fundos para esta causa. Não é todos os dias que os Pink Floyd gravam alguma coisa.



E para terminar, resta-me dizer que o Zorro, e o seu "Z", estão arruinados, e ainda que todos deveriam seguir o exempo de Vash the Stampede.


Até breve, esperando que da próxima vez as coisas estejam mais positivas.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Mais um ano em pandemia

Um grande bem-haja para todos os meus leitores, e desejos de um óptimo 2022!


Posso desde já adiantar que o ano de 2022 está a diferenciar-se dos que o precederam. A primeira razão é o facto de ter passado umas semanas no primeiro mês do ano em íntimo contacto com esse micro-vilão que causou o pandemónio e a pandemia.

Neste momento estou recuperado, e posso de facto comparar o que me aconteceu com uma gripe, ainda que pior do que qualquer gripe da qual tenha memória. Apesar de tudo foi apenas um caso ligeiro, culpa pelo menos parcial da vacina que me foi administrada. Portanto, continuemos. A ideia deste post é um resumo possível do último ano.


Depois dum Natal de 2020 em confinamento, numa altura em que o plano era ter ido a Portugal, fui-me entretendo como pude. Entre o fabrico de mais alguns hidroméis, a visualização de todos aqueles velhos episódios do Dragon Ball (obviamente dobrados em Português) e mais um ou outro passatempo, o Inverno foi-se passando.




Entretanto uma época desportiva chegou ao fim e outra começou, o que me leva a fazer aqui um parêntesis desportivo e mandar uns bitaites dignos de qualquer tasca.

O Benfica, depois de todo aquele aparato dos 100 milhões e da segunda vinda de Jesus, perdeu. Não só perdeu, como nunca convenceu ninguém da sua valia desportiva. A nova época entretanto veio com novas esperanças mas, salvo raras excepções (como a vitória frente a um Barcelona em crise), a falta de ideias daquela equipa (e do treinador) continuou a ser óbvia, até que eventualmente Jesus saiu mesmo.

Quanto à direcção nem sei o que mais dizer. Se o anterior presidente roubou (alegadamente...) o clube a seu bel-prazer, o actual presidente esteve ao seu lado durante boa parte do tempo e nada fez para o impedir. Ele e uma boa parte da direcção que ainda se mantém no poder. Há 14 anos escrevi neste mesmo blog uma curta entrada de homenagem a esse grande jogador, mas duvido que alguma vez o faça para o seu percurso como presidente, a não ser que ocorra uma drástica mudança.

Ao fim de 17 anos, estou com sérias dúvidas em manter o meu cartão de sócio por muito mais tempo. A porcaria que é o futebol Português, a data de gatunos, ladrões e chupistas que se multiplicam em particular no meu clube, e a sensação de estarmos em queda livre sem fim à vista, sendo que aparentemente muitos sócios estão curiosos para ver o fundo do abismo, fazem-me considerar seriamente abandonar o barco. Simplesmente estou a ficar sem pachorra para isto.

Enfim, continuando. A prestação de Portugal no Euro 2020 decorrido em 2021 foi tão inesquecível que eu já tenho dificuldade em lembrar-me dela.

Mas nem tudo é mau. Futebol não faltará na minha vida. Como podem ter visto em posts anteriores, sigo já há uns anos o Cambridge United, equipa que militava a League Two na época passada. E eis que, após quase duas décadas, subiu à League One (a terceira divisão, a seguir à Premier League e ao Championship), ao ficar em segundo lugar atrás do campeão Cheltenham.

Até ao momento a prestação da equipa tem sido meritória, mantendo-se mais ou menos a meio numa tabela onde rapidamente se encontram nomes que há não muito tempo estavam na divisão cimeira do futebol Inglês, como Wigan, Sunderland, Sheffield Wednesday, Portsmouth, Charlton ou Bolton. Que continuem!

Não haja dúvidas que o futebol a que assisto nos jogos do Cambridge United, embora geralmente de fraca qualidade, enche-me as medidas no que diz respeito à entrega dos jogadores, à lealdade, honestidade, e ao facto de ainda parecer um desporto e não um negócio.


Regresso então ao ano transacto, mais precisamente ao final de Agosto. Depois das vacinas da praxe, fomos espairecer um pouco para um país que muito nos diz, e que nos puxa de vez em quando. Falo da Irlanda, que nos fez o raro favor de não nos encher de aguaceiros.

Serviu para apanhar um pouco de ar fresco, rever alguns locais conhecidos, mas principalmente para visitar Cork (Rolha, em Português) e seus arredores, incluindo Cobh, Fota e Kinsale, onde pudemos visitar as instalações do produtor local de hidromel, Kinsale Mead. Como a possibilidade de nos mudarmos não é assim tão remota, esta zona seria sempre um dos locais a considerar.













E eis que, um mês mais tarde, fomos a Portugal. Mais de um ano e meio depois, finalmente voltei a lá pôr os pés. Dadas as circunstâncias, limitámos as visitas ao mínimo, optando em vez disso por dar umas voltas ao ar livre.





























Ainda lá regressei passado pouco mais dum mês, por razões familiares, sendo que trabalhei remotamente durante esse tempo, e pouco saí. Aproveitei, no entanto, para iniciar a minha aprendizagem de cordofones em miniatura, o que espero venha a dar-me algum gozo.


E eis que veio o Natal, que desta vez não podia falhar. Desta feita, fizemos mais testes e ainda menos visitas, para arriscar o mínimo.







Depois duma viagem calma na véspera de Natal, a viagem de volta, logo após o ano novo, trouxe-nos de volta as multidões no aeroporto, de onde deduzo que tenhamos trazido o vírus, embora não esteja fora de hipótese ele ter-nos apanhado após a chegada.


E era isto, então. Não é um resumo muito detalhado, mas é o possível.


Até breve!