segunda-feira, 22 de março de 2010

Mono

Sejam, mais uma vez, muito bem vindos ao meu humilde recanto nesta rede global de conteúdos onde, claramente, a pornografia se destaca.

Infelizmente, não vos venho falar de pornografia ou algo remotamente parecido. Mas como, eventualmente, agora que escrevi essa palavra, muitos vão aqui chegar através de pesquisas no google, achei que devia colocar este aviso, para que deixem de ler se assim entenderem.

Falarei então do assunto deste post, já de seguida.

No passado domingo dia 21 de Março desloquei-me, mais uma vez, ao Doornroosje, para ver o concerto de Mono.

Mono. Não me refiro a mim próprio, nem tampouco a uma única saída de som, contrariamente a Stereo. Refiro-me, sim, a uma banda Japonesa de post-rock, esse género musical de que tanto gosto.

Já várias vezes aqui falei de post-rock.
Normalmente a música, dependendo do estilo, desperta vários tipos de emoções em mim. Por outro lado, determinados tipos de músicas adequam-se, por uma razão ou outra, ao momento emocional que esteja a viver.
Para mim o post-rock adequa-se a qualquer tipo de emoção. Em momentos tristes, uma música soa triste, mas em momentos felizes já parece o oposto.

Mas voltando ao concerto, devo antes referir a banda que o abriu. Uma banda Holandesa chamada Izah. Mais pesados, na onda do post-metal, tendo semelhanças com Cult of Luna ou Isis (e diversos outros estilos), agradaram-me bastante, e procurarei segui-los no futuro, se possível. Por isso mesmo é que desta vez fiz um esforço para lá estar a tempo do primeiro concerto.

Quanto à banda Japonesa, esta tem, obviamente, semelhanças com outras bandas do género, com Mogwai à cabeça.
Mas têm, também, a sua própria assinatura.


Apenas instrumental, com bastantes músicas de duração acima dos 10 minutos, são capazes de quase pôr os ouvintes em transe, tal a calmaria e suavidade das melodias, para mais tarde os arrebatar com explosões sonoras, brutais e belas ao mesmo tempo.

Posso dizer que já os conhecia há uns anos (3 ou 4), mas nunca os tinha ouvido tão atentamente como outras bandas do género.
Entretanto prenderam definitivamente a minha atenção. O concerto foi fantástico, com momentos de rara beleza musical. Um daqueles concertos em que sabia perfeitamente que estava cansado, já depois de umas horas em pé, mas não o sentia. Só quando definitivamente se foram embora me apercebi do torpor nas pernas, e lá fui comprar um poster (que agora está na parede da sala) para me pôr a caminho de casa.

Só para terem a noção do nível deste concerto e da importância que lhe dei, digo-vos que à mesma hora jogava o meu Benfica contra o fóculporto. Ok, a competição não era assim tão importante, mas não troco um jogo do Benfica por qualquer banda. :)

Estou neste preciso momento a ouvir algumas das músicas deles, e só posso recomendá-las vivamente.
Deixo aqui um cheirinho, para quem quiser experimentar.


Mono - Halcyon (Beautiful Days)




Mono - Ashes In The Snow




Tot ziens!

sábado, 13 de março de 2010

The Gathering

Caríssimos leitores,

Depois de bastante tempo sem ir a nenhum concerto (não sei como consegui), decidi finalmente aproveitar o facto de me encontrar num país onde os bons concertos proliferam.

É certo que Nijmegen não é a melhor cidade da Holanda para isso, mas não me posso queixar, já que há alguns bares por aqui onde passam bandas interessantes.

Um deles chama-se Doornroosje (Bela Adormecida, em Português, sem dúvida o nome que eu daria a um bar com concertos...) e recebeu, ontem (12 de Março) uma banda Holandesa já aqui referida.


Pois claro, The Gathering. Agora (ou melhor, de há um ano para cá) com uma nova vocalista (a Norueguesa Silje Wergeland), lançaram recentemente um novo álbum - The West Pole - que estão a promover nesta altura.

Foi um bom concerto. Acho é que não devia ter jogado futebol umas horas antes. Assim não pude evitar algum cansaço enquanto lá estava.

Ainda assim soube bastante bem ouvir uma bela voz (a vocalista esteve muito bem) e boa música de uma banda que ainda não conheço muito bem.

Já agora, deixo aqui um vídeo de uma das músicas tocadas ontem, do já referido novo álbum.


The Gathering - All You Are




É sempre porreiro ter bons concertos por perto, principalmente depois de já ter vivido num sítio onde nada de interessante se passava em termos musicais (falo, obviamente, de Waterford), e é algo que tenciono aproveitar mais no futuro. Daqui a uma semana digo mais qualquer coisa. :)


Tot ziens!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

A minha bicla

Prezados leitores,

Um dos ícones da Holanda e o meio de transporte de eleição de muitos dos seus habitantes é, como sabem, a bicicleta.

Fui adiando a compra de um desses veículos durante algum tempo, mas desde que me mudei para perto do centro da cidade comecei a achar que me faria jeito, como transporte diário para o trabalho.

Sendo assim, nos últimos dias tenho-me juntado aos muitos ciclistas que povoam as faixas de rodagem existentes para esses velocípedes de duas rodas.

Cá está ela!





Para comemorar a ocasião, deixo aqui, também, duas músicas dedicadas, em tempos idos, por duas grandes bandas, a este veículo.

Pink Floyd - Bike




Queen - Bicycle Race




Tot ziens!

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Tatra, ski, trenós e sal

Estimados leitores,

Estamos no Inverno. Ao pensar nisto, imagino montes de neve a cair e brancura a embelezar toda a paisagem. Pelo menos é assim que o Inverno está presente no meu imaginário e, mais particularmente, o Natal.

Pois, tudo isso é muito bonito, mas sempre que a temperatura chegava a uns 5 ºC, já estava a queixar-me do frio de rachar.

Após algum tempo a viver em países mais frios, se o termómetro indicar 5 ºC, penso para mim: "Porreiro, o tempo está a aquecer!". Uma pessoa habitua-se.

Contudo, algo de grave se está a passar na minha mente. Isso torna-se por demais evidente quando, ao constatar que lá fora estão -2 ºC, reajo com um "Olha, até nem está frio hoje!".


Mas deixarei esses devaneios para outra altura. Esse episódio passou-se há pouco mais de uma semana quando, farto deste clima temperado, onde as temperaturas têm medo de baixar muito do zero, me desloquei à Polónia por uns dias (entre 11 e 16 de Fevereiro).

Como sabem, na Polónia o Inverno é orgulhosamente branco, frio, agreste, com ruas cheias de neve e estalactites de gelo nos telhados, perigosamente apontadas aos transeuntes. Enfim, faz jus ao seu nome. Mesmo assim, e como já referi, não estava muito frio quando lá cheguei (os tais -2 ºC).


Depois do primeiro dia passado em Cracóvia, seguimos viagem em direcção aos montes Tatra, que formam uma fronteira natural entre Polónia e Eslováquia.

Ficámos então alojados numa espécie de Bed & Breakfast em Białka Tatrzańska (já consigo escrever isto à primeira, sem erros), uma aldeia a cerca de 75km de Cracóvia.

Como naquela localidade não se passa absolutamente nada a não ser na estância de ski, lá fomos nós alugar umas tábuas para pôr nos pés, umas estacas para espetar na neve e umas botas com as quais parecia que estávamos a dar os primeiros passos neste mundo.

Enfim, posso dizer que o ski correu muito melhor do que esperava. Nunca me aventurei muito, mas ao menos lá aprendi a travar (sempre muito útil), a deslizar um bocado, eventualmente virar um pouco e, em último caso, atirar-me para o chão caso a travagem normal não estivesse a fazer o efeito desejado.

É assim que se trava.


É claro que, estando na Polónia, um copo de vinho aquecido depois de esquiar vinha mesmo a calhar (ui, que trocadilho... vinho... vinha... ah, ah, ah... ah... ou não...).

Pequeno-almoço e jantar, no Bed & Breakfast, sempre muito bem servidos, embora o jantar, sendo entre as 16 e as 17h, para mim fosse mais um lanche bastante puxado.


Numa dessas noites, fizemos um passeio num trenó puxado por um cavalo (que se chamava "ursinho de peluche") pelo bosque, até um local onde assámos uma espécie de chouriças (os enchidos locais são obviamente diferentes dos nossos, mas acho difícil não gostar) e queijo das montanhas, enquanto bebiamos uma cerveja também da região (cerveja Tatra, pois claro).


No último dia nas montanhas, deslocámo-nos a Zakopane, considerada a capital de Inverno da Polónia. É palco habitual de provas internacionais de ski, e é bastante popular também para várias actividades relacionadas com montanhismo.






Um teleférico levou-nos ao topo de uma das montanhas, Kasprowy Wierch, a 1987m de altitude, de onde seria possível admirar a paisagem deslumbrante, não fosse o nevoeiro cerrado.




De qualquer forma, deu para conhecer outro país lá em cima. Durante uns minutos estive com os pés na Eslováquia, e devo dizer que não me agradou muito. Branco, moderadamente frio (-11 ºC, na altura), com visibilidade reduzida, escorregadio. Um país muito chato, sinceramente.



Depois de uma refeição ligeira tradicional da montanha - pizza - tornámos a descer e demos uma vista de olhos à cidade, muito orientada ao turismo, com muitas barracas a vender todo o tipo de coisas relacionadas com a montanha. Enfim, depois de umas voltas por lá, uma travessa de carne de porco foi bem-vinda.




No último dia, a caminho de Cracóvia, parámos em Wieliczka, onde se situa uma mina de sal que produziu sal de mesa desde o século XIII até 2007, como uma das mais antigas minas de sal em actividade.

A mina atinge uma profundidade de 327m, mas a visita guiada vai apenas até 135m, abrangindo menos de 1% da sua totalidade.

Ainda assim, foi uma visita bastante interessante, através das suas galerias, passando por inúmeros engenhos antigos, estátuas e outras esculturas feitas ao longo dos anos.

E foi a primeira vez que comi alguma coisa àquela profundidade, o que é sempre relevante.

Vislumbre por entre as centenas de escadas que descemos até lá abaixo.












Enfim, dias bem passados que terminaram mais uma vez em Cracóvia, de onde viajei novamente para a Holanda.


Aqui a neve já quase derretera totalmente, o Inverno deixara de ser branco. O sol brilhava, num atípico céu azul, e os seus raios tocavam agradavelmente a minha cara, disfarçando as temperaturas ainda baixas.

Assim fui recebido em Nijmegen, de forma poética! É pena que a chuva já tenha regressado, e o céu retomado o seu cinzento habitual.


Do widzenia!

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Eu e as flores

Estimados leitores,

Há cerca de um mês que estou a viver próximo do centro de Nijmegen, como já referi anteriormente.

A pouco e pouco vou-me adaptando às minhas novas instalações, comprando aquilo que preciso, e por vezes o que não preciso também, e vou descobrindo algo novo aqui e ali.

Este último ponto é deveras curioso. Eu posso estar muito tempo a viver nalgum sítio sem reparar que esse sítio contém certas e determinadas coisas. Isto acontece regularmente com seres vivos ou não vivos que não me interessam absolutamente nada.

As flores enquadram-se perfeitamente nesta descrição. Quando cá cheguei, encontravam-se já no local alguns exemplares, se bem que só tenha reparado nelas passado uma semana (e só 2 semanas mais tarde me tenha apercebido da presença de mais ainda).

Se, porventura, eu as tivesse comprado com o intuito de tratar delas, até era capaz de fazer uma esforço para me lembrar disso. Mas neste caso não tenho interesse absolutamente nenhum, daí que só muito de vez em quando me lembre de lhes dar água.

Depois há também o problema de eu não fazer a menor ideia com que regularidade, e em que quantidade, lhes devo providenciar essa água. Maior ainda é o problema de eu nem sequer querer saber isso.

E pronto, tudo isto para dizer que as pobres flores não tiveram sorte com o inquilino, como se pode constatar pela foto.


Triste fado, o destas flores.

Se quiserem de alguma forma contribuir para que elas se consigam salvar, podem contactar-me para eu vos indicar o NIB que devem usar para os donativos.


Tot ziens!

sábado, 23 de janeiro de 2010

Boes

Estimados leitores,

Logo após ter dado a conhecer (a quem não conhecia ainda, pois claro) algumas bandas Holandesas, agora quero falar de uma série animada Holandesa.

Para ser mais preciso, é uma co-produção entre Japão e Holanda, baseada numa banda desenhada Holandesa, e está sem qualquer dúvida no grupo restrito dos meus desenhos animados favoritos de sempre.

É o Bocas, pois claro, Ox Tales em Inglês, Boes em Neerlandês.

Aquela música inicial sempre me intrigou. "Que raio de língua é aquela?"

Pois bem, tive que vir para a Holanda para decidir encontrar isso.
Cá está a letra, para quem quiser:

Welke os kan ons iets leren?
Boes Boes
Boes Boes

En een fietsband repareren?
Boes Boes
Boes Boes

Rock 'n Roll en ook nog de Samba
danst hij met je mee

Wie laat zich niet koeioneren?
Boes Boes
Boes Boes

Boes Boes
Boes Boes

É daqueles desenhos animados que ficarão para sempre na minha memória. Daqueles a que já achava piada quando era puto, mas que agora acho ainda mais. É por séries destas que eu ainda vejo desenhos animados, e continuarei a ver. :)

E já que falei nisto, tomem lá um episódio para o vosso entretenimento. No youtube poderão encontrar mais.




Boes Boes!

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Grandes sons (II) - Bandas Holandesas

Ora viva!

Na senda dos grandes sons que comecei a colocar aqui no blog, desta vez apeteceu-me partilhar algo Holandês.

Como todos sabem, ou deviam saber, a Holanda tem uma tradição (talvez tradição seja uma palavra demasiado forte) de bandas de metal gótico / sinfónico (e talvez mais algumas coisas a juntar à mistura) com miúdas giras como vocalistas. The Gathering, Within Temptation, Epica e After Forever são as bandas que me vêm à cabeça de momento.

A última é a que menos conheço, e até agora não me cativou muito.

A segunda é a que conheço há mais tempo e a única que já vi ao vivo. Gosto, embora não seja algo que ouça muitas vezes. De vez em quando sabe bem ouvir aquela bela voz. Fica aqui um vídeo para a posteridade.

Within Temptation - Mother Earth



Da terceira também gosto bastante. Com mais sons clássicos que as restantes, mas ao mesmo tempo com sons mais pesados também. E é bem capaz de ter a vocalista mais gira desta lista.

Epica - The Obsessive Devotion



Mas a banda que está mais ao meu gosto é mesmo a primeira destas quatro. Bem diferentes de Within Temptation e Epica. Neste caso é mais difícil atribuir um rótulo. Um som mais progressivo, com menos adereços orquestrais, uma vocalista com mais variações na forma como canta do que as anteriores. Uma grande banda, para a qual o título deste post faz todo o sentido.

The Gathering - On Most Surfaces



Infelizmente a vocalista (Anneke van Giersbergen) entretanto deixou a banda. Mas aproveito a deixa para colocar aqui também uma música dos Portugueses Moonspell, na qual ela participa.

Moonspell - Scorpion Flower




Doei!

domingo, 17 de janeiro de 2010

Grandes sons (I) - Yes

Caríssimos visitantes deste espaço,

Numa altura em que, em Nijmegen, a chuva substituiu a neve, começo a colocar aqui algumas músicas que me vão acompanhando e que, por qualquer razão, me apeteça partilhar.

Começo então por uma música de um disco que toda a minha vida esteve por perto, mas só recentemente comecei a ouvir (embora agora num formato mais actual). Rapidamente se tornou para mim num disco essencial.


Yes - And You And I




Doie!

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Ano novo, casa nova

Antes de mais, desejo um excelente ano de 2010 a todos os meus estimados leitores!

Espero que todos tenham tido festas felizes, e que tenham feito uma dieta saudável e equilibrada nesta quadra natalícia.

Eu por acaso comi menos do que é normal, o que quer dizer que comi só até ficar quase cheio, em vez de aproveitar todo e qualquer espaço disponível no estômago para lá colocar um pouco mais de bacalhau, perú ou bolo rei.
Sendo assim, até soube melhor.

Para além disso, introduzi um pouco dos costumes Polacos neste Natal: grzany miód pitny, que é como quem diz hidromel aquecido com algumas especiarias lá para o meio (canela, cravo da Índia, e outras conforme o gosto). Com algum sucesso, devo dizer, já que a garrafita que tinha de Kurpiowski não durou muito.

Para o próximo Natal lá terei que arranjar mais umas quantas.

E assim foi. Rever família e alguns amigos, sempre sem tempo para ver toda a gente, e antes do final do ano estava a voar em direcção a Cracóvia.

Mas desta vez para apanhar frio como deve ser, porque ali o Inverno não é para meninos.

E assim, pela primeira vez na minha vida passei o ano uma hora antes de Portugal. E pela primeira vez na minha vida bebi espumante Russo. Tudo isto em simultâneo.

Resumindo, estava fresco na Polónia, mas não tanto como esperaria. Aguentava-se. E posso concluir que Cracóvia é bastante fotogénica quer no Verão quer no Inverno.

A neve modifica o cenário completamente, mas a cidade continua bonita, embora mais escorregadia.

Aqui ficam algumas fotos para que percebam o que digo.














Agora estou de volta a Nijmegen, mas desta vez numa nova morada, onde ficarei nos próximos tempos.

Portanto, já tenho um sítio onde posso receber o pessoal. No entanto, se isso acontecer façam o favor de trazer bebidas. Eu forneço o queijo, que aqui há aos montes. :P


Doei!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Sneeuw

Caríssimos leitores,

Escrevo-vos em terras lusas, onde irei passar uma semana e (Na)tal.

E posso dizer que está fresco aqui no Norte de Portugal. Mas não tão fresco como ontem em Nijmegen.

Como poderão verificar nas imagens seguintes, uma certa brancura predominava na paisagem da região, e o chão estava deveras escorregadio.

Bem, penso que terá sido uma forma de Nijmegen me desejar uma boa viagem, boas festas, etc.

Para muitos dos habitantes da cidade, contudo, terá sido mais uma chatice, tendo em conta o trânsito caótico e, consequentemente, os atrasos nos transportes públicos.

Mas não deixa de ser bonito de se ver.










Mais fotos esbranquiçadas aqui.

Doei!