domingo, 31 de agosto de 2014

Steven Wilson, o mestre do prog

Ora viva, mui pacientes leitores!

Mais uma vez decidi aborrecê-los com alguns comentários evitáveis acerca de música da qual se calhar não gostam.
Mas se for esse o caso podem sempre voltar cá no próximo mês, com a certeza de que os conteúdos por mim publicados serão do vosso interesse. Ou talvez não.


Bem, voltemos ao que interessa.

Já não é a primeira nem a segunda vez que menciono o músico e compositor a quem pretendo tecer loas neste post. E provavelmente não será a última.

Steven Wilson, que durante muitos anos conheci como o líder dos Porcupine Tree, tem nesta altura uma carreira a solo com a qual está a atingir um nível fenomenal.

Tenho acompanhado esta mudança nos últimos anos. Se no início a sua música ainda estava muito próxima do típico som dos Porcupine Tree (afinal de contas era ele quem escrevia a música da banda), com o tempo foi-se afastando um pouco, com cada vez mais elementos do clássico rock progressivo.

O seu mais recente álbum é já um dos meus álbuns de eleição, que considero muito próximo do nível dos grandes clássicos. E não sou só eu. Na página Prog Archives, uma referência para quem aprecia os diferentes estilos musicais ligados ao prog, encontra-se, no momento em que escrevo, em quadragésimo lugar na lista dos melhores álbuns de sempre. Pode não parecer muito, mas dos 39 álbuns melhor classificados, neste momento, apenas 3 não são das bandas clássicas dos anos 1970.




Bem, agora que as loas estão tecidas, todos compreenderão que não poderia perder a oportunidade de ver Steven Wilson ao vivo mais uma vez. Muito menos quando ele vinha mesmo a Nijmegen. Isto passou-se no já distante mês de Outubro de 2013.




Tal como se esperava, o concerto incidiu principalmente no último álbum, com incursões pelos anteriores e até algumas músicas de Porcupine Tree e outros dos seus projectos.

Uma noite bem preenchida, portanto. E com perfeccionismo bem patente desde os minutos iniciais. O concerto foi precedido de um vídeo de vários minutos com Steven Wilson como protagonista e em que, a certo ponto, ele começa a tocar uns acordes na guitarra. E era esse o mote para o verdadeiro Wilson, sincronizado com o vídeo, entrar em palco e dar início ao concerto.


Para finalizar, recomendo vivamente que o vejam caso o apanhem por perto.


Enquanto isso não acontece, aproveitem a música gravada.


Steven Wilson - Luminol



Steven Wilson - Drive Home




Steven Wilson - The Raven That Refused To Sing




Doei!

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Vindimas

Caríssimos,


Com um sem número de tarefas (ou um número de tal forma alto que evito contá-las) a requisitar a minha atenção nos últimos tempos, regresso à (pouca) escrita, por agora apenas para completar o que comecei no post anterior.

Uma das razões que me levou a Portugal naquela altura foi precisamente a actividade que dá o título a este texto.

Já há uns bons anos que não tinha o prazer de participar nas vindimas, uma actividade familiar levada a cabo anualmente.

Desta vez não quis falhar, até porque tinha a intenção de fazer uma experiência.

O fabrico do vinho, a cargo do meu avô durante muitos anos, e agora do meu tio, é do mais artesanal que pode haver.

Há naturalmente alguma ciência envolvida, principalmente no que toca à manutenção de determinada quantidade de dióxido de enxofre (SO2, que pode ser obtido com a adição de sulfitos ou outras soluções) no vinho.

Mas tudo o resto é feito à base de trabalho manual e de processos naturais. Sendo assim, a fermentação do mosto é feita, pelo menos no início, numa cuba aberta. Colocamos assim a nossa confiança nas leveduras presentes naturalmente nas uvas, tanto para a transformação do açúcar em álcool como para manter o mosto relativamente livre de outros microorganismos.

Sendo assim, o plano consistia em levar uma pequena parte do mosto (mais ou menos 24 litros) para casa, inibir a fermentação natural do mesmo e usar antes uma levedura à minha escolha. Deste modo teria uma fermentação mais ou menos controlada e fechada, ao contrário do resto do mosto.
































E é isto. Já devia ter engarrafado o vinho, mas fá-lo-ei na próxima oportunidade. Pelo que já pude provar a diferença é pequena. Seja como for, valeu a pena levar a cabo este pequeno teste. Tenho que pensar no que poderei fazer da próxima vez.


Até já!

sábado, 21 de junho de 2014

Ao volante até lá abaixo

Boa noite a todos (assumo que estão a ler isto para tentar adormecer)!

Como já vem sendo hábito, escrevo no blog com o intuito de recuar no tempo uns bons meses. Neste caso, até ao final de Setembro passado.

Com uns dias de férias para gozar, decidi que tinha de fazer mais uma road trip por aí abaixo.






O plano inicial, como de costume, acabou por não se cumprir, e saí com um dia de atraso, pelo que a primeira paragem foi um pouco mais distante do que tinha pensado.

Montpellier, bem no sul de França, foi então o local seleccionado. Não particularmente pela cidade em si, mas porque o Inverno se aproximava (nessa semana já sentira na pele uns 5ºC) e, sendo assim, nada melhor que seguir pelo sul para levar com mais uns raios quentes de sol nas ventas durante uns dias.

Depois havia o factor inveja 2 em 1 relativamente a colegas meus. Se por um lado podia fazer inveja à colega que está sempre a falar de sol e praia, por outro podia fazer o mesmo ao colega que tem uma panca pelo Lenine.

E assim foi. Boa parte do dia a conduzir e lá estava eu, nas margens do Mediterrâneo, sem precisar de vestir nada por cima da t-shirt.

Devo dizer que a zona onde se encontra a estátua (e muitas outras estátuas de figuras históricas, já agora) não é propriamente agradável à vista, claramente feita para despojar os veraneantes de boas quantidades de dinheiro. Restaurantes, lojas, cinema, todo o cenário com um aspecto duvidoso e falso. Mas por momentos senti-me em casa, ao vislumbrar garrafas de Casal Garcia num restaurante Brasileiro. Bebidas exóticas, dizem eles.

De qualquer forma não posso dizer que tenha sido mau passear um pouco com o sol matinal a aquecer-me a as sobrancelhas. E depois, claro, dei um salto até à praia mais próxima.



















De volta à estrada, só parei em Roses, pouco depois de atravessar a fronteira, onde pude comer qualquer coisa, descansar um pouco e aproveitar o ressuscitado sol de Verão.

Já tinha passado aqui perto na viagem de há uns anos de Itália para Portugal. Na altura fui até Cadaqués, mas desta vez não queria demorar muito.










Revigorado com mais um pouco de sol, era tempo de seguir até ao meu poiso nocturno, onde cheguei ainda bem a tempo de um saboroso jantar (que por acaso era bacalhau) e um jogo de Liga dos Campeões (o Fóculporto defrontava o Atlético de Madrid, que acabaria por ser finalista da prova). Estava em Alicante.

Um pequeno passeio na manhã seguinte revelou, por um lado, a actividade portuária (comercial e de passageiros, razão pela qual se pode encontrar indicações em Árabe para os barcos que saem em direcção aos países do norte de África) e, por outro, a agradável zona balnear sob constante vigilância do Castelo de Santa Bárbara. Gostei bastante do cenário, se bem que não tenha dedicado muito tempo a ver o resto da cidade.















Sem perder muito tempo, depois da agradável caminhada matinal e com as temperaturas de Verão exigindo um pouco de ar condicionado, eu e o meu bólide seguimos caminho em direcção à nossa pátria.

Ainda havia tempo para mais uma paragem, desta vez com um interesse bem maior da minha parte do que as anteriores. Por uma razão muito simples - o vinho.

Não um vinho qualquer. Com algumas semelhanças no processo de fabrico com o nosso vinho do Porto, tinha bastante curiosidade em finalmente provar um belo exemplar (ou vários) de Xerez. Deslocava-me, claro, para Jerez de la Frontera.

Desta vez pude visitar a cidade com calma e tempo. Também ajuda o facto de ser uma cidade pequena, com um centro histórico bastante compacto.

As ruas estreitas, os monumentos que iam surgindo a cada esquina juntamente com o sol de fim de tarde e uma temperatura agradável fizeram desta paragem a que mais apreciei.

Mas para atingir a perfeição faltava ainda deslocar-me a um dos locais tradicionais onde servem Xerez, nas suas diversas variantes, acompanhado por tapas a condizer. Maravilha.

À noite jogava o Real Madrid (que se tornaria vencedor da prova em questão) e, se bem que qualquer sítio é um bom sítio para se ver futebol, uma esplanada em Jerez é um óptimo sítio para se ver futebol.

















Na manhã seguinte era tempo de finalmente atravessar mais uma fronteira, já que tinha um compromisso em terras Algarvias ao início da tarde. Sem planos relativamente ao almoço, acabei por me deparar com a capital do polvo, Santa Luzia, Tavira. Pareceu-me uma bela ideia.









O compromisso que se seguiria era nos arredores de Almancil e resume-se numa palavra: mel.

Tinha marcado uma visita a um apicultor local, a quem tinha encomendado uns quilogramas de mel de flor de laranjeira (mais concretamente, dois garrafões de 5L, ou cerca de 7kg cada) para eventuais fermentações futuras. Acabou por ser muito mais do que isso, já que tive a oportunidade de ver como muito do trabalho é feito, provar diversos méis e derivados até que, horas mais tarde, tinha que me pôr a caminho do norte.









E pronto. Mais uma bela viagem de carro por essa Europa. Sabe sempre a pouco, já que gostaria sempre de estar mais uns dias na estrada. Mas esse pouco já me sabe muito bem.




Até à próxima!