Recostado no assento ao lado da asa direita, vou escrevendo este poema que cedo preferiu ser prosa, enquanto admiro a vastidão do céu esbranquiçado pelas suas flutuantes nuvens.
São inúmeros os estímulos que os sensores a que chamamos olhos enviam para o cérebro e que este prontamente considera de excepcional beleza.
Adoro contemplar estas imagens, mas se lhes juntar ondas sonoras que o cérebro interpreta como música, a torrente de emoções é por vezes avassaladora.
Há sons que fazem todo o sentido em determinado momento, com determinada imagem. Comigo não é tanto o conteúdo da letra (muitas vezes inexistente) mas a música em si, que me afecta de uma forma inexplicável.
As harmonias, o violino ao fundo, a suave batida, as distorcidas e compassadas notas de guitarra, em crescendo, até que, já impossível de conter, tudo explode com grande violência, um caos organizado que consegue ao mesmo tempo ser brutal e sublime, de excepcional beleza, tal como os estímulos visuais que recebo em simultâneo.
Neste momento, e sem qualquer tipo de relação com o meu estado de espírito prévio, o meu coração bate a um ritmo acelerado e lágrimas vêm-me aos olhos, sem que representem tristeza ou alegria. Apenas uma explosão de emoções que, possivelmente devido à minha reservada maneira de ser, poucas oportunidades têm de se manifestar.
A música consegue isto com uma facilidade que me intriga e fascina. E talvez por isso não consiga estar muito tempo sem a presença destas vibrações no interior dos meus ouvidos.
Isso, e dióspiros.
Os vídeos seguintes são vídeos sem o serem. Ao ouvir estas músicas eu estava a observar o quão insignificante tudo lá em baixo parecia. Mas poderia muito bem ter sido numa qualquer outra circunstância. Até com os olhos fechados terão tudo o que precisam.
Tempel - Final Years
Os vídeos seguintes são vídeos sem o serem. Ao ouvir estas músicas eu estava a observar o quão insignificante tudo lá em baixo parecia. Mas poderia muito bem ter sido numa qualquer outra circunstância. Até com os olhos fechados terão tudo o que precisam.
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Daturah - Shoal
Indignu - Capítulo II - Caravela na Ponta dos Dedos
Mono - Ashes in the Snow
Red Sparowes - A Swarm
Mogwai - Folk Death 95
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