domingo, 7 de dezembro de 2014

Alkmaar

Ora, para variar um pouco, desta vez não vou falar de música ou concertos.

"E que mais assuntos tens tu para tratar?" - acabei agora de ouvir, talvez apenas na minha cabeça - "Bebidas alcoólicas?".

Não, embora tenha algumas semelhanças. Pode ser inebriante, por vezes dá ressaca e tem patrocínio de uma cerveja. Peço desculpa por estar a fazer tanto sentido, mas é o que acontece quando quero falar do S.L. e Benfica.

No já distante mês de Abril o clube da minha predilecção ganhou uma viagem à Holanda para defrontar o AZ Alkmaar, clube da cidade de Alkmaar, pois claro.

Como de costume quando o Benfica passa aqui por perto, comecei à procura do tão ansiado bilhete. Comprar bilhete junto dos adeptos do Benfica estava praticamente fora de questão, já que para isso seria preciso provavelmente ir a Lisboa de propósito, ou ter alguém na fila por mim.

Os bilhetes para os locais tinham um requisito que é comum por aqui. É normalmente necessário ser-se possuidor do cartão do clube para se ir a qualquer jogo e, sendo assim, eu não podia comprar o bilhete normalmente.

Acabei por consegui-lo através de um amigo Holandês da zona, cujo irmão conhecia alguém que tinha o cartão do clube e não ia ver o jogo. Assim arranjei lugar junto dos adversários ao preço normal. Nada mau.


Uma vez lá no Norte, fui para o estádio com alguma cautela, já que não sabia como seria a minha zona do estádio em termos de agitação adversária. Sendo assim levava escondida a camisola indicativa da minha preferência clubística.

As preocupações revelaram-se desnecessárias. Desde cedo pude mostrar a camisola sem problemas (a camisola adversária também era vermelha, de qualquer forma). Estava numa zona ocupada por adeptos com bilhete de época. Pessoal que lá está para ver futebol, portanto, e tudo muito pacífico. Fui trocando até impressões com os companheiros de bancada ao longo do jogo, mas no golo não quis chateá-los muito, por isso limitei-me a gritar para dentro.

O resultado acabou por ser uma vitória tangencial para o Benfica. Tudo normal. O AZ com ataque vertiginoso na primeira parte, à Holandesa, mas pouca eficácia, e o Benfica, passado o aperto, soube aproveitar e levar uma vitória importante para casa. Já começava a parecer possível repetir a final do ano anterior, o que acabou por acontecer, infelizmente com a derrota a repetir-se também. Mas isso é para outro post.

Tudo bastante bem organizado antes e depois do jogo, com autocarros a ligar o estádio e a estação de comboio, e uma operação de evacuação do estádio muito eficaz, com a polícia a cortar o transito periodicamente em redor do estádio para que os carros e autocarros pudessem sair sem grandes transtornos.















Aproveitei que o dia seguinte era sexta-feira e fiquei por lá para ver um pouco da cidade. Não era preciso muito tempo, já que a cidade não é grande. Queria apenas ter uma ideia, e ver principalmente o popular mercado do queijo, que decorre semanalmente durante parte do ano. Aquela sexta-feira foi o primeiro dia do festival deste ano, o que aumentou certamente a afluência de turistas de câmara em punho e teve até direito a cobertura televisiva. Para não destoar, levei a minha câmara em punho, mas por vezes no bolso também.

Basicamente o que acontece é uma representação do que seria o mercado do queijo em séculos passados, muito orientada para os turistas. O que acontece lá é real, mas é feito de forma teatral, para que se pareça com o que já foi.

Representantes do retalho do queijo vão ao mercado e analisam amostras dos queijos apresentados pelos produtores, e aí decidem o que comprar para revenda. E depois temos os transportadores dos queijos, vestidos a rigor e usando o método tradicional de transporte. Esta é a parte para turista ver, mas não deixa de ter piada.

Já que o mercado em si não tem muito que ver, e aproveitando que todos os turistas estavam lá à volta, fui ao museu do queijo, ali mesmo na praça, que se encontrava praticamente vazio à hora em que transacções milionárias eram efectuadas ali ao lado. Isso deu-me todo o tempo do mundo. Passei bastante tempo a ler tudo o que podia e saí de lá com inúmeras informações úteis acerca de vacas e ainda conhecimentos para fazer queijo e manteiga. Agora falta pôr esse conhecimento em prática.

Encontrei também o museu da cerveja, que acabou por não ser nada de especial. A explicação da produção da cerveja não estava muito bem feita. Aproveita-se o facto de ter algumas referências históricas, tanto de tipos de cerveja como de procedimentos específicos da época.





























Resumindo, foi um excelente início de fim-de-semana, com futebol, Benfica, queijo, cerveja, e um belo passeio a ligar tudo.


Doei!

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