domingo, 22 de fevereiro de 2015

Roadburn 2014

Ora viva,

Parece que foi ontem a última vez que escrevi neste espaço. Mas não foi.

Desta feita tenho de vos pôr a par do festival a que tive o privilégio de assistir (à maior parte, pelo menos) em Abril do ano passado em Tilburg.


Depois de no ano anterior me ter lembrado tarde demais, desta vez marquei lugar logo no dia em que foram postos à venda os bilhetes.

Roadburn, um festival a puxar para o meu gosto musical mais negro e pesado. Desta vez com o extra de ter o líder de uma das minhas bandas favoritas a organizar um dos dias.

Entretanto marquei algo muito interessante para esse fim-de-semana (detalhes no post seguinte), por isso fui apenas a dois dos três dias do festival.

Depois do já tradicional chá que precede festivais pesados, fui alugar um carro (quase de brincar) e pus-me a caminho.





Ir sozinho a um festival destes não é talvez a melhor forma de usufruir do mesmo, não sendo eu um tipo de meter conversa com quem quer que seja.
Ainda assim o ambiente é bastante porreiro. O festival em si decorre no 013 e alguns palcos e bares ali à volta, não enchendo a cidade toda (como acontece, por exemplo, com o Eurosonic), mas por outro lado tudo está por perto.

Não vou descrever detalhadamente todos os concertos a que assisti. Não foram muitos, mas foram muito bons. Deixarei uns vídeos das bandas que vi, desde que tenha gostado.

O primeiro dia começou com prestações brutais de Regarde Les Hommes Tomber e Samothrace, com uma passagem por um pequeno bar nas redondezas para ver um pouco de uma banda Holandesa chamada Ortega.

Depois tive que tomar uma difícil decisão. Voltar para os concertos e ver ASG, uma banda Americana de que gosto bastante, ou ir ver o jogo da segunda mão dos quartos-de-final da Liga Europa entre o Benfica e o AZ. Pois, fui para um pub Irlandês e, de Guinness em punho, vi o jogo. Para compensar a banda, comprei-lhes um CD. Já não foi mau.

Logo a seguir, uma passagem pela igreja adaptada para ver um pouco de True Widow. O grande final de noite foi também o concerto mais difícil de digerir. Com rock psicadélico e doom muito, muito, extremamente lento. Durante uma hora, os Bong tocaram o seu álbum mais recente da altura, composto por duas músicas, cada uma com meia hora. É (muito) difícil começar, mas entrando na onda até sou capaz de gostar. Acho que ajuda mesmo estar lá, a vê-los ao vivo, para que o ambiente ideal se crie.


Regarde Les Hommes Tomber - Wanderer of Eternity


Samothrace - A Horse of Our Own


Ortega - Crows


ASG - Avalanche


True Widow - S:H:S


Bong - Polaris




O segundo dia foi dedicado a Opeth e aos artistas escolhidos por Mikael Åkerfeldt, líder da banda. Para mim era obrigatório estar presente. Não só teria oportunidade de ver mais uma vez uma das minhas bandas favoritas como ainda algumas bandas de referência que influenciaram a sua música ao longo dos anos. Portanto acabou por ser um dia com bastante diversidade, mas principalmente orientado para o rock progressivo, estilo onde os Opeth se estão a encaixar cada vez mais.

Algumas das bandas escolhidas já existiam nos anos dourados do rock progressivo, e só as conhecia de nome. Grandes prestações dos históricos Magma e Comus, e mais tarde Goblin, provaram que ainda tenho muito a conhecer daquela época.

Passei ainda com alguma curiosidade pelos concertos dos Suecos Trettioåriga Kriget e Candlemass. Com estilos bem diferentes, mas ainda assim com elementos que os Opeth viriam a incluir no seu repertório.

Um dos grandes momentos do dia deveu-se a mais uma banda Sueca. Änglagård, uma banda de culto para os fãs de rock progressivo. Lançaram dois álbuns no início dos anos 90 e só voltaram em 2012. Uma oportunidade de ouro para ver uma banda deste nível. Foi possivelmente a banda que mais gostei de ver no festival, e a minha boa impressão deles aumentou consideravelmente a seguir ao concerto, quando fui vaguear um pouco lá fora pelas barracas onde se vendia música e merchandising. Em frente à barraca onde estavam expostos os artigos desta banda, lá estavam alguns dos seus elementos. Acabei por trocar algumas palavras com o guitarrista, que se mostrou bastante interessado em saber o que tinha achado do concerto, e até preocupado com a minha opinião acerca do som naquela sala. Uma banda de culto extremamente amigável e acessível, portanto.

Já sabia que Opeth não apresentariam nada do novo álbum, que ainda estava em preparação, portanto o concerto nunca fugiria muito do que eu já tinha visto antes. Ainda assim dificilmente me desiludiriam. Foi um final de dia em alta.





Magma - Mëkanïk Kömmandöh


Comus - Drip Drip


Änglagård - Vandringar i Vilsenhet


Goblin - Phenomena


Trettioariga Kriget - Kaledoniska Orogenesen


Candlemass - Bewitched


Opeth - Blackwater Park




Saí do festival extremamente satisfeito. Com dois dias desta qualidade não me custou tanto perder o terceiro dia. De qualquer forma também seria por uma boa causa.


Doei!

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