sábado, 14 de julho de 2018

São Miguel

Saudações, caríssimos leitores!


Serve esta breve tentativa de prosa para transformar em palavras a curta viagem que fiz com meus pais e sua futura nora a uma pequena parte do belíssimo arquipélago dos Açores.

Açores. Esse local exótico que preenche o imaginário Português com paisagens deslumbrantes e fenómenos diversos originados no coração do planeta, e o estômago Português com belíssimos queijos, ananases e inúmeras iguarias extremamente apelativas.

Não tenciono alongar-me na escrita porque muito ficou por explorar e sei que terei de regressar, possivelmente várias vezes. Isto não fica assim, Açores!


A viagem cingiu-se à maior ilha do arquipélago, São Miguel, por manifesta falta de tempo para sequer pensar em dar um salto a qualquer outra.

A partir do momento em que começámos a dar umas voltas pela ilha inúmeras memórias Irlandesas anunciaram a sua presença na minha mente. Não há como evitar. A paisagem repleta de colinas verdejantes onde imperturbáveis vacas pastam e de destemidas falésias que mergulham a pique mar adentro apresenta uma semelhança evidente com a ilha verde onde habitei. O clima incerto, embora mais ameno, não deixa de me trazer à memória os belos momentos de chuva e morrinha que vivi na Irlanda.

Mas as diferenças começaram a surgir à medida que nos afastávamos da costa, com a origem vulcânica da ilha a manifestar-se. Os vestígios dos antigos vulcões, com crateras gigantes preenchidas por fotogénicas lagoas, fumarolas, águas termais, comida cozinhada com o calor da Terra, trazem ao de cima a verdade explosiva dos primórdios daquela montanha que um dia decidiu aparecer à tona. E para os mais atentos, as cidades pejadas de rochas vulcânicas no pavimento, nas casas, nas igrejas, nos jardins, são também uma boa indicação.


Devo dizer que quase nada sabia daquela ou das restantes ilhas. As paisagens que vira ao longo dos anos não faziam justiça, como é óbvio, ao que os meus olhos puderam presenciar. As cores, os cheiros, os sons, tudo trouxe uma nova dimensão ao que fui experienciando. O azul esverdeado das águas rodeadas de vegetação diversa, o cheiro a enxofre que viaja com o vapor ao sabor do vento a partir das fumarolas em ebulição, o horizonte azul a toda a volta, o cozido, o atum, o espadarte e o tubarão, os ananases, o chá, o queijo fresco com pimenta da terra, os bons modos de toda a gente. E ainda as celebrações do dia de Portugal com pompa e orgulho.

Quero voltar. E que não demore muito!












































Até breve!