segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Lobos em Galway

Olá! Eu sou a Manuela Moura Guedes e este é o Jornal Nacional!


Bem, na verdade não sou, mas tenho a certeza que muita gente virá aqui parar por engano, já que devem ser aos milhões as buscas no google por estas palavras-chave, por parte dos seus admiradores.


No meu dia de aniversário tinha combinado uma ida até à cidade de Galway, na costa oeste da Irlanda. Por momentos considerei ficar em casa e ver episódios dos morangos com açúcar, mas depois lembrei-me que prefiro dióspiros, e então saí.

Fui então a um almoço organizado pela Associação Portuguesa da Irlanda, que se prolongou por algumas horas. Mais tarde junt
ámo-nos a mais portugueses para apoiar os "Lobos", num jogo de preparação contra a equipa de rugby da província de Connacht. Para que conste, as restantes províncias da ilha são Ulster, Leinster e Munster, sendo esta última a "minha" província, que é representada por uma das melhores equipas de rugby da Europa.

Mesmo sem alguns jogadores importantes, a nossa selecção estava a dar uma boa réplica até bem perto do intervalo, quando o resultado era ainda 3-3. Mas os irlandeses acabaram por levar a melhor. 27-11 foi o resultado final, com 4 ensaios para Connacht e 1 para Portugal.

Fotos aqui.

Não foi por falta de apoio que perdemos. Os poucos, mas bons, portugueses que lá estavam apoiaram quanto puderam.
Aliás, eu iria de bom grado para o campo dar uns pontapés na cabeça aos jogadores irlandeses, mas o frio, o vento e a chuva estavam pouco convidativos.

Uma curiosidade que é comum neste tipo de recintos desportivos, é a existência de uma pista para corridas de galgos à volta do campo, sendo uma parte da bancada, protegida a toda a volta, utilizada para as apostas nesses eventos.

Fiquei a pensar como seria interessante, durante o jogo de rugby, pôr alguns cães ali a correr para entreter o pessoal no caso do jogo estar um pouco parado. Poderia até ser um factor a ter em conta para as apostas, devido à possibilidade de um dos velocistas levar com a bola no focinho e despistar-se na última curva antes da meta.

Depois, a aventura para voltar para casa. Como toda a gente sabe (certamente), Galway fica a cerca de 220km de Waterford. Se em Portugal esta distância demoraria umas 2h a percorrer, nas calmas, numa das centenas (ou at
é milhares) de auto-estradas do país, aqui demora 3:30h. Digamos que conduzir 3:30h à noite, com piso molhado e alguma chuva não é uma experiência agradável, especialmente nestas estradas.
Na maior parte do caminho não se vê um boi à frente (mesmo que o boi esteja efectivamente lá). E se em muitas das zonas com limite de 100km/h já é perigoso atingir esta velocidade num dia de sol, dada a reduzida largura da estrada e ausência de separadores, nestas condições parece-me algo suicida.
No entanto, os condutores irlandeses, contrariamente ao que costumo ver na cidade, não se inibem.
Felizmente, enquanto me ultrapassavam, não lhes apareceu nenhum boi à frente.

É totalmente diferente conduzir aqui e na Itália, mas continua a ser uma aventura.


De qualquer forma, foi um dia diferente e bem passado, em que falei mais português que o habitual. Para a próxima tenho que ir com mais tempo, pois não foi possível ver nada pelo caminho ou mesmo na cidade. O facto de estarmos quase no inverno também não ajuda, já que há menos horas de luz para se ver o que quer que seja.


P.S.: Com tantas horas ao volante, acabei por não responder a inúmeras mensagens de felicitações e apoio por parte de amigos, familiares e fãs em geral. Portanto, um muito obrigado a todos (não é lá grande resposta, mas é o que se pode arranjar de momento).


Cheers!

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