Meus caros leitores,
Depois de mais um longo período de pausa na escrita, regresso com mais peripécias ocorridas num fim-de-semana que envolveu, como sempre, música.
Não é que pretenda tornar este blog num memorial de todos os concertos a que vou, mas, como já devem ter percebido, poucas coisas fazem sentido, para mim, sem boa música a acompanhar. Por conseguinte, idas a concertos tornaram-se algo quase obrigatório no meu estilo de vida. Estar num concerto é algo de natural para mim, onde me sinto confortável.
De qualquer forma, a Primavera está aí, o que possivelmente trará posts com assuntos que variem um pouco. Sejam um pouco pacientes. :)
Feito este pequeno aparte, passo então ao fim-de-semana de 19 de Fevereiro. Já lá vai mais de um mês, mas só me teria esquecido dele se tivesse sido um fim-de-semana banal, o que não é o caso.
Desloquei-me, quase um ano após a última vez, a Groningen, onde ainda vive um grande amigo com quem partilho boa parte das minhas preferências musicais.
Groningen, embora sendo uma cidade pouco maior que Nijmegen, acaba por estar mais bem servida em eventos culturais. Julgo que a principal razão para tal é o facto de estar mais isolada do que Nijmegen. Enquanto que aqui perto existem bastantes cidades com a mesma ou mais importância, à volta de Groningen não há nada, o que faz com que todos os eventos minimamente importantes da zona sejam lá. Isso e a numerosa população estudantil levam lá muitas vezes bandas já com uma certa importância, algo que dificilmente aconteceria aqui.
Ora bem, nesse fim-de-semana decorria o festival Cross Linx, que consistia numa série de concertos durante o fim de tarde / noite de Sábado, alguns em simultâneo em diferentes palcos.
Três desses concertos interessavam-me, mas acabei por apenas ver um e meio, dado o "pre-concert drinking" que precedeu a nossa ida para o Oosterpoort.
De qualquer forma, o primeiro desses concertos seria uma repetição para mim, já que vira os Efterklang há uns meses atrás.
O segundo foi o de Owen Pallett, que apanhei já a meio, mas que ainda valeu a pena. Já o tinha visto ao vivo há uns anos na Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão, se bem que na altura ele se apresentava ainda como Final Fantasy.
Não seria o principal concerto da noite, mas foi certamente interessante, e é algo que me agrada sempre ouvir. Com o seu violino a acompanhar a voz, cria belas melodias que conseguem transportar a audiência para o imaginário do fantástico.
Agora em nome próprio, e não como Final Fantasy, talvez os temas mudem um pouco, mas a beleza da sua música continua lá.
Final Fantasy - He Poos Clouds
Owen Pallett - E Is For Estranged
Quanto ao final de noite, foi preenchido com a banda cabeça de cartaz do festival, The National.
Nunca os tinha visto ao vivo e, para ser sincero, mal conhecia a sua música até há bem pouco tempo, quando lançaram o álbum High Violet. Continuo a não conhecer a maior parte do seu trabalho, mas para já fiquei rendido a este último álbum.
Ouvir The National, a meu ver, requer uma certa dose de melancolia. É a banda sonora perfeita para dias cinzentos em que chove lá fora, para dias em que, por qualquer razão, me sinto melancólico.
É estranho chegar a esta conclusão, mas eu até gosto de alguma melancolia de vez em quando. Não é tão raro assim ter momentos em que olho, inerte, para o horizonte, sem que esteja necessariamente a pensar em alguma coisa. Acho que até tenho uma certa necessidade de alguns desses momentos, sem que isso signifique que esteja deprimido.
Estas músicas ajudam a preencher esses momentos como poucas seriam capazes de o fazer.
The National - Bloodbuzz Ohio
The National - Sorrow
The National - Afraid Of Everyone
The National - England
Foi um óptimo fim-de-semana, onde ainda deu para uma futebolada no Domingo, tendo que me apressar na manhã seguinte bem cedo para apanhar um comboio que me trouxesse de volta.
Até breve, Groningen!
Doei!
sábado, 26 de março de 2011
The National, Owen Pallett
Redigido de forma ordenada e artística por
MrRogers
a
sábado, março 26, 2011
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