terça-feira, 14 de abril de 2009

Easter Road Trip

Caríssimos leitores,


Espero que tenham tido uma boa Páscoa, comido muitas amêndoas e decapitado inúmeros coelhos de chocolate.

Eu cá não fiz nada disso. Optei, antes, por fazer algo que ansiava há muito. Uma (pequena) road trip pela Irlanda. Como só tinha três dias (sábado, domingo e segunda-feira), decidi dar uma volta pela zona costeira a Sudoeste deste país.

Sendo assim, comecei por ir em direcção a Cork, e parar, no sábado de manhã, em Fota, onde se localiza o Fota Wildlife Park. Embora os animais andem um pouco mais à vontade que num jardim zoológico, obviamente as vedações estão presentes, com algumas excepções, a separá-los dos visitantes. Por vezes parece-me que seria mais adequado ter os visitantes enjaulados e os animais a vaguear nas redondezas à vontade, tendo em conta alguns comportamentos que vejo. Ok, geralmente não é assim tão mau. :)
















Foi uma visita agradável, que não se prolongou por mais tempo porque tinha belas paisagens à minha espera para Oeste.
O Ring of Kerry (anel de Kerry). Já há muito tempo queria fazer esse percurso de carro. Uma das zonas mais bonitas do país, com uma estrada de cerca de 170km que dá a volta à península Iveragh.

Nesse primeiro dia, a chuva deu-me as boas vindas à região. Mas parou quando mais interessava sair do carro e admirar a paisagem.




Mais uns kms e decidi apanhar um ferry para Valentia Island, uma pequena ilha muito próxima da costa. Pequena, visto que tem apenas 11km de comprimento por 3km de largura, aproximadamente. Foi possível dar uma volta, subir ao ponto mais alto da ilha, e seguir caminho para o outro lado, onde é ligada a terra por uma ponte.






Do outro lado da ponte, uma aldeia chamada Portmagee seria o local de descanso para essa noite, onde ainda foi possível vislumbrar umas falésias que impõem algum respeito.




Portmagee fica um pouco fora do anel de Kerry, mas dentro do Skellig Ring, um anel mais pequeno, no ponto mais a Oeste da península. Indiferente ao número de anéis que teria de percorrer, segui o meu caminho, fazendo um esforço para não parar a cada curva para tirar fotos. Entre algumas paragens aleatórias, parei em Waterville, onde Charlie Chaplin passou uns anos, pelos vistos.









Depois de fazer todo o percurso à volta da península, decidi passar à península seguinte: a de Dingle.






Seguindo para Norte, passei do condado de Kerry para o de Clare através de um ferry que liga as vilas de Tarbert e Killimer. Kilkee, uns kms mais tarde, foi a localidade escolhida para pernoitar. E em boa hora me decidi a parar, já que começou a chover quando lá cheguei.

Mas na manhã de segunda-feira, feriado aqui na Irlanda, verifiquei que, apesar de ter chovido toda a noite, o sol brilhava lá fora. Sorte a minha! :)




Mais para Norte, foi tempo de admirar uma das paisagens mais vistas, e mais espectaculares, da Irlanda: Cliffs of Moher. Falésias que atingem 214m de altura no ponto mais alto. Apesar de já as ter visto várias vezes em fotos, estas não lhes fazem justiça. Muito menos as minhas. Ao vivo são realmente impressionantes.





E siga mais para Norte, para uma zona chamada The Burren. Uma paisagem de relevo cárstico, constituida por rocha calcária, que se estende por cerca de 250km2, desde a costa delimitada a Oeste pelo Oceano Atlântico e a Norte pela baía de Galway.











E pronto, era tempo de seguir em direcção ao Sudeste. Pelo caminho parei em Bunratty, para dar uma vista de olhos ao castelo, e à reconstituição de uma aldeia da Irlanda rural de há 100 anos atrás, feita nas suas imediações. Não achei mau, mas também não achei nada de espectacular. Assim assim. Se tivesse 5 anos acharia emocionante. Os putos andavam todos vestidos de Branca de Neve ou pirata (não sei se é costume por cá na segunda-feira de Páscoa). E claro que é sempre bom ir a uma aldeia por onde vagueiam o Winnie The Pooh e seus amigos, o Mickey, o Donald, entre outros. Tive imensa pena de sair, pois reparei que a Branca de Neve e os sete anões estavam a dançar música house, muito em voga na Irlanda rural de há 100 anos atrás.








Para terminar, parei apenas em Cashel para dar uma vista de olhos rápida e seguir para Waterford.





E pronto, após três dias e 970km, voltei ao Sunny South East. Mas, curiosamente, não apanhei chuva na maior parte da viagem, e aqui está a chover. :)

E se alguém aguentou ler tudo até aqui, tem ainda a possibilidade de ver o mapa aproximado do percurso que fiz. Cá está ele!


View Larger Map

E, já agora, podem ver ainda todas as fotos da viagem.


Cheers!

terça-feira, 7 de abril de 2009

München

Ora viva!


No início de Abril (dias 3 e 4) desloquei-me à cidade onde umas semanas antes o Bayern goleara uma equipa portuguesa cujo equipamento é fabricado com o tecido das barracas de praia da Figueira da Foz.

N
ão, não fui a Lisboa. Fui mesmo a Munique. A razão? Em breve deixarei Waterford, e possivelmente a Irlanda. Consequentemente, convém arranjar outra localidade onde me possa instalar.

Sem certezas ainda quanto ao desfecho, mais tarde voltarei ao assunto.

Quanto à cidade, agradou-me bastante. Bem localizada, bastante movimentada, com tudo ali à mão, é ligeiramente diferente de Waterford (só um bocadinho). Muitas coisas para ver, incluindo uma série de automóveis humildes (ver um Ferrari, um Lamborghini, um Audi R8, dois Aston Martins, fora os vários típicos Porsches em pouco mais de 5 minutos, é sinal de que a crise aperta), vários monumentos, parques e ciclistas.


A bicicleta é um meio de transporte bastante utilizado para aqueles lados, simplesmente porque compensa (se estiver a chover n
ão sei), já que existem realmente faixas de rodagem próprias por toda a cidade. Os transportes públicos, pelo que pude verificar, são também muito bons.

Enfim, recomenda-se. Só é pena aquela gente falar alem
ão. Não compreendo como se pode optar por aquele idioma quando há tantos mais interessantes para se falar, como o irlandês, o mirandês ou o esperanto...

Bem, n
ão interessa. Deixo-vos algumas fotos que me lembrei de tirar.








Cheers!

segunda-feira, 23 de março de 2009

Mogwai

Pois é, caríssimos leitores. Cá estou eu mais uma vez.


Depois de, em Novembro, ter ido finalmente a um concerto em Dublin, no passado dia 21 de Março fi-lo pela segunda vez.

Esta é mais uma daquelas bandas pelas quais não tenho problemas em fazer umas centenas de kms.

Conheço os escoceses Mogwai há pelo menos 10 anos, e foi a primeira banda de post-rock que ouvi. Já era tempo de os voltar a ver. A primeira vez fora em 2004, no Hard Club, em Gaia, não tendo uma nova oportunidade de os ver até agora. Desta vez deslocaram-se a Dublin para três concertos (fui ao segundo) de promoção do seu mais recente álbum - The Hawk Is Howling.


Depois de tantos anos, continuam a ser uma referência deste género musical, sempre difícil de definir. A cada álbum conseguiram manter o bom nível, acrescentando sempre algo novo sem perder a identidade.

Desde melodias calmas e longas até registos mais violentos, quase sempre sob a forma de instrumentais. É isto que se encontra em Mogwai, muito resumidamente. Independentemente do registo utilizado, conseguem sempre criar obras-primas.

É, sem dúvida, uma das bandas que continuarei a seguir enquanto existir (eu e a banda), e que procurarei ver sempre que tenha oportunidade para o fazer.

Deixo-vos aqui vídeos de algumas das músicas que foram tocadas no concerto, e que são das mais marcantes da sua (já longa) carreira. Para que fiquem avisados, a primeira música é bem mais pesada que as outras.

Mogwai - Batcat (The Hawk Is Howling - 2008)



Mogwai - Hunted By A Freak (Happy Songs For Happy People - 2003)


Mogwai - Friend Of The Night (Mr. Beast - 2006)

Cheers!

quinta-feira, 19 de março de 2009

St. Patrick e lombas dispendiosas

Greetings!


Depois de algum tempo de ausência, venho escrever um pouco sobre as festividades dedicadas ao St. Patrick, ou S. Patrício, como se diz em português.

É o padroeiro da Irlanda e, portanto, o seu dia é um dos mais importantes do ano. Celebra-se a 17 de Março, que este ano calhou a uma terça-feira, sendo este o dia que se situa entre a segunda-feira e a quarta-feira, como provavelmente já devem ter ouvido dizer.

No fim-de-semana anterior, Waterford foi palco de algumas demonstrações de alegria, como o lançamento nocturno de uns paus com dispositivos pirotécnicos que iam explodindo em várias cores no céu.

Não foi mau, não senhor. As pessoas assistiam ao fogo, até que finalmente terminou e tudo voltou ao normal, para os pubs, portanto.

Algumas excepções iam rodopiando nos dois ou três carrosseis disponíveis, tentando ainda assim manter o jantar no estômago.

Tendo em conta que o S. João em Vila do Conde tem mais quantidade e variedade de entretenimento, não se pode dizer que tenha sido uma grande festa.









Azar dos azares, na véspera do feriado, uma lomba que escapou à minha visão até ao último momento danificou o carro e a carteira em igual proporção. Fiquei então sem o meu bólide durante algum tempo, principalmente à espera de peças vindas do estrangeiro. Isto de ter um carro ao contrário dos outros tem algumas desvantagens.

No dia de St. Patrick houve um cortejo pela cidade, mas fiquei-me pelo som, já que o meu interesse não estava propriamente focado nesse grande acontecimento.


Por agora, despeço-me com amizade.


E bebam coca-cola! (Isto é só para ver se a marca produtora dessa bebida gaseificada concorrente da pepsi - ups, outra marca - repara na publicidade e me oferece uns dióspiros como recompensa.)


Cheers!

quarta-feira, 4 de março de 2009

Preciosidades portuguesas no estado líquido em Waterford

Ora viva!


Serve este post para dar conta aos milhares de leitores que habitam na zona de Waterford de que é possível comprar alguns vinhos portugueses para estes lados. Não são fáceis de encontrar, mas eles andam por aí.

Como não tenho bebido muito ultimamente, só tenho duas preciosidades para mostrar. Pouca quantidade, mas qualidade quanto baste. :)


Cheers!

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Kinsale

Caríssimos leitores,


Espero que estejam bem de saúde, e a disfrutar do Verão. Estou a dirigir-me obviamente aos leitores que se encontram no hemisfério terrestre oposto ao hemisfério onde se situa Waterford. Aos restantes, pergunto o que raio estão aqui a fazer, sabendo que meio mundo está no Verão...


Bem, seguindo então para aquilo que aqui vos trouxe, ou seja, as estórias extraordinariamente bem contadas por alguém que não gosta de nozes (já sabiam que gosto de dióspiros, por isso agora ficam a saber algo de que não gosto), hoje chegou a vez de Kinsale, visitada no fim-de-semana passado.

Kinsale, essa vila na zona costeira do condado de Cork (sendo cork a tradução para rolha, suponho que a versão irlandesa de Cascos de Rolha não ficará longe), e uma das mais bonitas da região, segundo me disseram.

Não posso dizer que tenha visto muitas terras por ali, de modo a poder comparar, mas de facto é uma vila bastante aprazível.

Para além do bom aspecto, possui ainda um dos mais procurados restaurantes das redondezas, devido ao marisco que se pode degustar por lá. Infelizmente, o bar do restaurante estava cheio de pessoas que esperavam a sua vez para se sentarem no restaurante. Penso que algumas ainda lá devem estar à espera.

Perto da vila existem algumas praias interessantes que, devido ao sol que brilhou durante todo o fim-de-semana, se encontravam cheias de pessoas, algumas a caminhar pelo areal, outras a usar o vento para fazer kitesurf.

Ainda estou a tentar perceber por onde andou a chuva no fim-de-semana. Já estava com saudades...

E agora, quer queiram, quer não, deixo-vos algumas fotos.












Cheers!

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Dióspiros na Irlanda

E eis que, depois de perdida toda e qualquer esperança, encontro um discreto grupo de dióspiros no Tesco.

Com cerca de um terço do tamanho daqueles a que estou habituado, mas com um sabor que não lhes fica muito atrás.


Viva o dióspiro!


Cheers!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Schweiz

Greetings!


Como os estimados leitores já se aperceberam certamente, serve este post para relatar a minha mais recente viagem, desta vez ao país do queijo, do chocolate, dos relógios e dos canivetes vermelhos com montes de ferramentas que muito provavelmente nunca serão utilizadas. Isso mesmo, a Suiça.

A dita viagem ocorreu entre 3 e 8 de Fevereiro, iniciando-se precisamente na altura em que a Irlanda estava coberta de neve, tendo havido até alguns voos atrasados ou cancelados em Dublin nesses dias.

Enfim, deixar a neve que é uma raridade aqui em Waterford, para ir para a neve que é comum na Suiça, pensei eu.

Mas a neve não quis aparecer, portanto tive que me contentar com uns dias de sol, o que é sempre chato.

O mais difícil, inicialmente, foi mesmo habituar-me à excelente qualidade dos transportes públicos. É um choque difícil de aguentar.


Os primeiros dias foram passados em St. Gallen, em trabalho.
Devido a este facto, não foi possível uma análise mais aprofundada de tudo aquilo que esta cidade tem para oferecer.

É uma cidade pouco maior que Waterford. Tudo à distância de meia dúzia de passos. Ou talvez 7 passos, em algumas situações.

Para comer e beber há, essencialmente, o rösti, a OLMA bratwurst, o fondue de queijo, e a Super Bock (devido ao número considerável de imigrantes portugueses por lá).

O único local turístico que tentei ver foi uma biblioteca com uma idade respeitável, que infelizmente fechou cedo demais, impedindo a minha visita.





Passado o trabalho, foi altura de aproveitar a hospitalidade da minha antiga vizinha na Borghesiana, e dar um salto a Zurique para o fim-de-semana.
Não é a capital, mas é a maior cidade do país, e considerada, nos últimos anos, como a melhor cidade para se viver no mundo.

Não posso dizer que tenha visto muito da cidade, mas gostei do que vi. É cara que se farta, obviamente, mas os seus habitantes ganham para isso.
Tendo em conta a qualidade dos transportes públicos, a maioria das pessoas não se desloca de carro na cidade. Ainda assim deu para ver umas dezenas de Porsches, um Aston Martin, um Audi R8, e outros carros utilitários.

Zurique tem também uma bela localização. Na margem de um lago, basta andar uns kms para se poder dar umas escorregadelas na neve. E assim descobri os meus imbatíveis dotes de esquiador. Aposto que consigo cair melhor que ninguém. Que o digam as minhas calças...











E assim, depois de sushi, paella, uns passeios pela cidade à chuva e à neve (que finalmente decidiu cair do céu) e ainda a contagem dos Starbucks que existem por lá (são uns 11), tive que voltar para a - ainda parcialmente branca - Irlanda.


Foi a primeira vez que pus os pés na Suiça, e devo dizer que fiquei com boa impressão do país, e em particular de St. Gallen e Zurique. O mais chato é que para aqueles lados se fala alemão (alemão da Suiça, que não é a mesma coisa). :)


Cheers!

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Afinal ela veio...

Veneráveis leitores,


Parece que finalmente a neve se decidiu a visitar a grande cidade habitada por mim. E decidiu-se logo por me atingir a cara a alta velocidade, com a ajuda de algum vento.

Visto que nunca tinha sido agredido na face por suaves flocos de neve, decidi então, logicamente, pegar na máquina fotográfica para mostrar ao mundo o fenómeno que praticamente ninguém vira (entenda-se, o praticamente ninguém sou eu mesmo).

Ora aqui estão as fotos, fresquinhas.







E mais algumas aqui.


Cheers!