domingo, 12 de dezembro de 2010

Visitas do costume

Ora cá estou eu outra vez, caríssimos leitores.

Durante alguns dias no passado mês de Outubro, recebi as visitas do costume: os meus pais e o meu irmão.

Como poderão verificar através do arquivo aqui do blog, as visitas da família sempre calharam durante o mês de Outubro, onde quer que eu estivesse a viver.

Eu não tenho problemas com isso, mas por vezes torna-se menos agradável para os visitantes. Se, por um lado, visitar Roma em Outubro é até mais agradável do que levar com o tórrido calor do pico do Verão, já visitar a Irlanda ou a Holanda não é bem a mesma coisa.

A chuva anda sempre por cá, independentemente da estação do ano, portanto a diferença está mesmo nas temperaturas. Temperaturas essas que, não contando com os meses de Verão, variam entre o fresquinho, o frio e o frio como o caraças (nos últimos dias tenho levado com uns agradáveis flocos de neve nos olhos enquanto pedalo para o trabalho, com umas agradáveis temperaturas negativas).

Bem, tudo isto para vos avisar que, se me quiserem visitar, apareçam no Verão, e tragam o guarda-chuva ou o impermeável. Se fizerem mesmo questão de ver tulipas (eu nunca as fui ver), então apareçam em Abril ou Maio.


Nos poucos dias dedicados a esta visita, deu para um pouco de tudo. Dias de sol e céu azul e dias de chuva.

Optámos por começar com um dia em Amesterdão. Já conhecia minimamente, mas há sempre muita coisa que escapa, por isso lá fizemos uma razoavelmente longa caminhada por alguns pontos interessantes da cidade, sob uma agradável chuva. E assim se foi passando por vários monumentos e edifícios interessantes, e atravessando canais, alguns dos quais rodeados de montras com manequins que curiosamente se mexiam na tentativa de convencer os transeuntes a investir em serviços com os quais não estou familiarizado.

Depois de uma passagem pelo mercado flutuante de flores, terminámos o dia com uma visita ao museu Van Gogh. Não conhecia muito o seu trabalho, mas gostei bastante do que vi, e fiquei a saber que ele, tal como eu, gostava da cor amarela, o que é sempre relevante.








No Sábado, dia de mercado em Nijmegen, ficámos então por cá, e fui mostrar um pouco da cidade. Foi um dia que deu para aprender o que é um pomelo, entrar na catedral pela primeira vez, comprar stroopwafels e queijo, e ainda provar a cerveja local.






No dia seguinte, frio mas solarengo, demos um salto a Roterdão. Nunca lá tinha ido, mas sabia mais ou menos com o que contar.

Uma cidade arrasada na Segunda Guerra Mundial e que, ao longo dos anos seguintes, foi sendo reconstruída de uma forma bastante liberal. Por esse motivo, em termos de arquitectura, não parece Holandesa. Não sou especialista no assunto, mas o que se vê são muitos arranha-céus, diversos edifícios que, embora com uma certa idade, ainda hoje parecem futuristas, e outros que poderia considerar impressionantes, estranhos, ou mesmo bizarros.

Não é, provavelmente, o sítio mais indicado para estar em contacto com a Holanda, a sua cultura e as suas tradições. Mas tal não significa que seja mau. No geral até gostei da cidade. Cosmopolita, movimentada, internacional. É muito à frente. Se calhar demasiado à frente, por vezes. :)













Depois de duas longas viagens de comboio no dia anterior, na Segunda-feira fomos, de carro, mais uma vez para Oeste. Desta vez para a Zelândia, com o objectivo de vislumbrar um pouco daquela zona onde os principais rios do país desaguam no mar do Norte, que se mantém do lado de fora dos impressionantes diques, parte do mega Projecto Delta.

Esta região está bastante exposta ao mar e depende dos diques para evitar inundações. Em 1953 uma brecha num dique, que depois se propagou para outros, causou uma catástrofe. Foi para evitar que isso se repetisse que o Projecto Delta foi iniciado na década de 1950, prolongando-se por mais de 30 anos.

Para primeira paragem na região escolhemos a sua capital, Middelburg, para um almoço e um passeio pela cidade. Não se pode dizer que tenha muito para ver. O imponente edifício da câmara municipal e a abadia são os pontos de referência. É uma cidade pequena, que talvez por essa razão me fez lembrar Waterford.

A ideia seria, depois do almoço, tentar ver os diques com algum detalhe. Passámos por alguns deles, mas o detalhe terá que ficar para outra altura. A chuva veio com alguma intensidade e limitámo-nos a ver tudo a partir do carro. Foi suficiente para nos apercebermos da enormidade daquele projecto, com uma quantidade impressionante de grandes diques com que se controla o nível das águas. Foi obviamente uma visita muito curta, e por certo que no Verão seria bem mais produtiva.







No último dia da visita, ficámos novamente em Nijmegen, para passear um pouco mais pela cidade, principalmente pela beira rio.





E assim foi. Não houve tempo para ver muita coisa, mas não deixou de ser agradável, mesmo com o frio e a chuva a incomodar um pouco.


Doei!

P.S.: Devo indicar que o copyright de quase todas as fotos desta vez vão para o meu irmão. :)

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