sábado, 27 de janeiro de 2018

Moonspell @ Kraków

Saudações, caríssimos melómanos!


Não tenho ido a muitos concertos nos últimos tempos. Por um lado há menos oferta por aqui, quando comparado com o que passava por perto de Nijmegen. Mas também falta a vontade, por vezes.

Desta vez a vontade não podia faltar, no entanto. Tinha visto estes senhores já algumas vezes no passado (embora também os tenha visto no futuro), e mais recentemente em Nijmegen.



Não me refiro a Cradle of Filth - berços de porcaria nunca me puxaram muito - mas aos Portugueses Moonspell, que ainda há pouco referenciara na lista dos sons que mais passaram pelos meus ouvidos ao longo do ano passado.

Desta feita estão em digressão pela Europa a apresentar o novo álbum, 1755, um disco conceptual sobre os dramáticos eventos de 1 de Novembro desse ano.

O meu interesse nesta banda foi evoluindo ao longo do tempo. O seu segundo álbum - Irreligious - sempre ficou, para mim, no topo da lista. Nos anos seguintes continuava a segui-los principalmente por serem Portugueses, até que o interesse se reacendeu nos álbuns mais recentes. Ainda assim nenhum deles ameaçava o lugar do Irreligious. Isso mudou em Novembro passado. 1755 é emocional, é brutal, é de um andamento impressionante, e é totalmente em Português.

A sensação de estar num concerto dos Moonspell, em Cracóvia, e poder acompanhar as letras na minha língua materna é nova para mim. Quase todo o concerto foi em Português, e mesmo os clássicos que tocaram incluíam alguma estrofe neste idioma.

Não duvido que a importância que estou a dar a este disco está fortemente relacionada com o facto de estar fora do meu país há uns bons anos e de ter cada vez menos contacto com a cultura Portuguesa, agora que vivo na "distante" Polónia. Veio na altura certa, para mim.

Os Polacos sempre gostaram de Moonspell. Eles vibram com os clássicos dos primeiros álbuns, principalmente. Ainda assim é bom ver que os Moonspell foram ganhando um estatuto que lhes permite lançar um disco totalmente em Português e ainda assim bem recebido no estrangeiro, particularmente na Polónia, com toda a plateia a entoar Alma Mater como se fosse o hino nacional.


Quanto aos Cradle of Filth, não sei. Talvez até me venha a arrepender, mas como nunca me interessei particularmente pela banda, nem sequer fiz questão de ficar para o seu concerto. Viemo-nos embora no intervalo. O que eu queria mesmo ver estava visto.


Agora façam o favor de ouvir e adquirir esta obra-prima.





Até breve!

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