Ora viva, caríssimos.
Finalmente referir-me-ei a algo que se passou já este ano. Em Janeiro, mais concretamente.
Uns meses antes, a um Sábado de manhã, um grande amigo, já dos tempos da escola José Régio, que vive em Groningen, envia-me algumas mensagens que só vi mais tarde.
Ele encontrava-se na fila para a compra de bilhetes para o festival Eurosonic, que viria a decorrer naquela mesma cidade, e perguntava-me se queria um bilhete. Felizmente ele previu a minha resposta e comprou o bilhete na mesma, antes que eu tivesse respondido.
Já tinha ouvido falar várias vezes do Eurosonic, e sabia quão difícil pode ser conseguir bilhetes.
É um festival de música muito virado para novas bandas. Como tal, tem atraído uma presença cada vez maior de caçadores de talentos em busca da "next big thing".
O que mais gosto do festival, para além da qualidade da música apresentada, é o seu formato, que me agrada particularmente. Durante os dias do festival há concertos em simultâneo nos diversos palcos espalhados pela cidade, ora construídos propositadamente para o evento, ora utilizando os locais onde passam normalmente os concertos por lá.
Este formato tem, claramente, desvantagens. Uma delas é que, num determinado momento há vários concertos a decorrer, portanto perde-se sempre a maior parte deles. Outra tem a ver com a capacidade de alguns locais e o fluxo de festivaleiros para os mesmos. Há inevitavelmente filas à entrada, até porque o pessoal do showbiz tem prioridade.
Mas dada a diversidade e a quantidade de concertos a decorrer, acaba por haver uma alternativa de qualidade algures.
Na prática, andamos durante uns dias antes do festival a ouvir amostras da música que por lá vai passar e tentamos escolher o que queremos ver. Depois procuramos um concerto em que seja possível entrar e que agrade ao maior número de pessoas no grupo possível. Ou seja, andamos a pedalar pela cidade e, na maior parte das vezes, acabamos por ir para a segunda ou terceira escolha.
Mas a beleza deste festival é isso mesmo. A terceira, quarta ou quinta escolhas podem muito bem proporcionar belos momentos. Por outro lado, se tivermos a sorte de conseguir entrar no local onde a nossa primeira escolha vai actuar, isso não quer dizer que gostemos. Paciência, podemos sair a qualquer altura e ir para outro lado.
No final de contas, toda essa dinâmica parece-me trazer mais vantagens do que desvantagens.
E depois há os concertos ao lado do festival, mas dentro do espírito do mesmo.
Fora dos locais principais, há diversos outros locais onde as bandas participantes vão passando ao longo dos dias e dando mini-concertos. É o caso da loja de discos, um ou outro café, alguns bares e até mesmo lojas de roupa.
Basicamente podemos vaguear pela cidade desde o início da tarde e entrar em qualquer lado para ouvir música ao vivo.
Portanto, o dia seria algo do género: levantar tarde, tomar pequeno-almoço, ir tomar um café enquanto está lá alguém a tocar, dar uma vista de olhos na loja de discos e ouvir um mini-concerto, ir comer qualquer coisa, ir ao pub beber uma boa cerveja e assistir a mais um ou dois concertos, até que mais à noite se entra no modo festivaleiro normal, vagueando pelos diversos locais para os principais concertos.
Um dia muito bom, portanto.
Não posso dizer que tenha visto todas as bandas que gostaria de ver, obviamente, mas vi algumas das minhas primeiras escolhas. E as alternativas às outras valeram a pena, no geral.
Acho que a recordação com que fico do festival é de uns dias bem passados, entre amigos, com boa música, e com um bom número de novas bandas a seguir.
Poderia dar muitas sugestões de bandas que vi durante o festival, mas aquilo que quero realçar é a qualidade e bom ambiente do festival em si, e não tanto uma ou outra banda em particular.
Deixo-vos, no entanto, alguns vídeos de bandas que vi, ora de relance, ora durante uma boa hora. Algumas têm um estilo diferente do que eu habitualmente vos sugiro por aqui, e que normalmente não procuraria, enquanto outras encaixam melhor no meu gosto pessoal. Algumas vi num típico local de concertos, enquanto vi outras num bar a beber uma cerveja a meio da tarde, na loja de discos enquanto procurava mais música, ou mesmo numa igreja adaptada para concertos. Algumas foram apenas uma "one night stand", mas outras acompanhar-me-ão por muito tempo. Mas todas elas proporcionaram grandes momentos, fosse pela circunstância, pela companhia, ambas ou simplesmente pela música.
MONEY
Kadebostany
Jett Rebel
Taymir
Flying Horseman
Jacco Gardner
Town Of Saints
Cosmic U
East India Youth
Doei!
0 observação(ões) de carácter irónico ou mordaz:
Enviar um comentário