Um grande bem-haja, caríssimos!
Cá estou para mais um relato de qualidade duvidosa acerca de um concerto de qualidade nada duvidosa.
Como já deverão ter reparado pelo título, desta vez tive o privilégio de ver os Smashing Pumpkins, já no distante dia 27 de Julho.
Uma das minhas bandas favoritas na segunda metade dos anos 90, deram-me música quanto baste para aqueles anos, em que tanto precisava de algo triste ou mesmo deprimente como de algo violento e cheio de raiva para ouvir. Infelizmente acabei por nunca explorar convenientemente o que eles fizeram antes e que vale a pena ouvir. Limitei-me aos três álbuns que culminaram com uma pausa de alguns anos da banda. Nitidamente a obra-prima dessa altura foi o grandioso Mellon Collie and the Infinite Sadness, álbum que ainda hoje considero dos mais marcantes para mim, com qualidade para dar e vender.
E foi essa a principal razão para a minha ida ao concerto. Os álbuns que saíram nos últimos anos não me puxaram particularmente, pelo menos para já, mas este era um daqueles concertos que me arrependeria de perder.
Fui então em direcção ao meu já conhecido 013, em Tilburg. Devido à escassez de comboios para Nijmegen à hora prevista para o fim do concerto, fui de carro até Den Bosch, a pouco mais de meio do caminho, seguindo a partir daí de comboio.
O concerto ficou dividido entre as músicas do mais recente álbum, Oceania, e os clássicos, com o público a reagir muito mais a estes, como seria de esperar.
E valeu essencialmente por esses mesmos clássicos. Uma banda mítica com músicas não menos míticas, que finalmente tinha a oportunidade de ouvir ao vivo. Aquelas músicas trazem memórias e a inevitável nostalgia. Algumas delas não esperava ouvir, aumentando a dose de satisfação no final.
Foi uma grande noite, e finalmente pude aliviar o peso que carregava por nunca os ter visto.
Mas esse peso voltaria a ser sentido sensivelmente uma hora após o concerto, com mais uma confirmação de que fora uma grande noite, como se fosse necessária.
Ao chegar a Den Bosch para seguir no carro, uma grande tempestade de Verão apoderou-se do céu nocturno, e tive de conduzir sob uma chuvada considerável.
Lá consegui sair da cidade e seguir até Nijmegen. Estacionei o carro no sítio do costume, que me obrigava a caminhar uns minutos até casa. Lá fora, uma morrinha pouco ameaçadora. No entanto, a meio do caminho, as gotas multiplicaram-se e o dilúvio de Den Bosch finalmente apanhou-me. Comecei a correr, mas desisti, porque em 10 segundos estava ensopado, enquanto relâmpagos enchiam o céu. E tive uma visão espectacular e ao mesmo tempo algo aterradora, vendo à minha frente uma das estradas principais da cidade, e que teria de atravessar, com a chuva torrencial a cair quase paralelamente ao chão, tal o velocidade do vento que se fazia sentir.
Percebendo que afinal não iria levantar voo, não pude deixar de me rir da situação. Eu de calções e t-shirt, completamente encharcado, a caminhar debaixo da tempestade, quando segundos antes estava seco e sem qualquer receio da chuva.
Enfim, uma peripécia sem danos de maior (até o telemóvel sobreviveu), e que já prolongou o paleio em demasia.
Fiquem então com alguns dos clássicos e ainda uma cover do David Bowie, que pude ouvir nessa noite, terminando com uma das minhas músicas favoritas e que, inesperadamente (para mim), fechou o concerto.
Today (Siamese Dream, 1993)
Bullet with Butterfly Wings (Mellon Collie and the Infinite Sadness, 1995)
Stand Inside Your Love (Machina / The Machines of God, 2000)
Disarm (Siamese Dream, 1993)
Tonight, Tonight (Mellon Collie and the Infinite Sadness, 1995)
Space Oddity (David Bowie - Space Oddity, 1969)
Porcelina of the Vast Oceans (Mellon Collie and the Infinite Sadness, 1995)
Tot ziens!
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