domingo, 21 de setembro de 2014

Eurosonic

Ora viva, caríssimos.


Finalmente referir-me-ei a algo que se passou já este ano. Em Janeiro, mais concretamente.

Uns meses antes, a um Sábado de manhã, um grande amigo, já dos tempos da escola José Régio, que vive em Groningen, envia-me algumas mensagens que só vi mais tarde.

Ele encontrava-se na fila para a compra de bilhetes para o festival Eurosonic, que viria a decorrer naquela mesma cidade, e perguntava-me se queria um bilhete. Felizmente ele previu a minha resposta e comprou o bilhete na mesma, antes que eu tivesse respondido.




Já tinha ouvido falar várias vezes do Eurosonic, e sabia quão difícil pode ser conseguir bilhetes.

É um festival de música muito virado para novas bandas. Como tal, tem atraído uma presença cada vez maior de caçadores de talentos em busca da "next big thing".

O que mais gosto do festival, para além da qualidade da música apresentada, é o seu formato, que me agrada particularmente. Durante os dias do festival há concertos em simultâneo nos diversos palcos espalhados pela cidade, ora construídos propositadamente para o evento, ora utilizando os locais onde passam normalmente os concertos por lá.

Este formato tem, claramente, desvantagens. Uma delas é que, num determinado momento há vários concertos a decorrer, portanto perde-se sempre a maior parte deles. Outra tem a ver com a capacidade de alguns locais e o fluxo de festivaleiros para os mesmos. Há inevitavelmente filas à entrada, até porque o pessoal do showbiz tem prioridade.

Mas dada a diversidade e a quantidade de concertos a decorrer, acaba por haver uma alternativa de qualidade algures.

Na prática, andamos durante uns dias antes do festival a ouvir amostras da música que por lá vai passar e tentamos escolher o que queremos ver. Depois procuramos um concerto em que seja possível entrar e que agrade ao maior número de pessoas no grupo possível. Ou seja, andamos a pedalar pela cidade e, na maior parte das vezes, acabamos por ir para a segunda ou terceira escolha.

Mas a beleza deste festival é isso mesmo. A terceira, quarta ou quinta escolhas podem muito bem proporcionar belos momentos. Por outro lado, se tivermos a sorte de conseguir entrar no local onde a nossa primeira escolha vai actuar, isso não quer dizer que gostemos. Paciência, podemos sair a qualquer altura e ir para outro lado.

No final de contas, toda essa dinâmica parece-me trazer mais vantagens do que desvantagens.


E depois há os concertos ao lado do festival, mas dentro do espírito do mesmo.

Fora dos locais principais, há diversos outros locais onde as bandas participantes vão passando ao longo dos dias e dando mini-concertos. É o caso da loja de discos, um ou outro café, alguns bares e até mesmo lojas de roupa.

Basicamente podemos vaguear pela cidade desde o início da tarde e entrar em qualquer lado para ouvir música ao vivo.

Portanto, o dia seria algo do género: levantar tarde, tomar pequeno-almoço, ir tomar um café enquanto está lá alguém a tocar, dar uma vista de olhos na loja de discos e ouvir um mini-concerto, ir comer qualquer coisa, ir ao pub beber uma boa cerveja e assistir a mais um ou dois concertos, até que mais à noite se entra no modo festivaleiro normal, vagueando pelos diversos locais para os principais concertos.

Um dia muito bom, portanto.


Não posso dizer que tenha visto todas as bandas que gostaria de ver, obviamente, mas vi algumas das minhas primeiras escolhas. E as alternativas às outras valeram a pena, no geral.

Acho que a recordação com que fico do festival é de uns dias bem passados, entre amigos, com boa música, e com um bom número de novas bandas a seguir.


Poderia dar muitas sugestões de bandas que vi durante o festival, mas aquilo que quero realçar é a qualidade e bom ambiente do festival em si, e não tanto uma ou outra banda em particular.

Deixo-vos, no entanto, alguns vídeos de bandas que vi, ora de relance, ora durante uma boa hora. Algumas têm um estilo diferente do que eu habitualmente vos sugiro por aqui, e que normalmente não procuraria, enquanto outras encaixam melhor no meu gosto pessoal. Algumas vi num típico local de concertos, enquanto vi outras num bar a beber uma cerveja a meio da tarde, na loja de discos enquanto procurava mais música, ou mesmo numa igreja adaptada para concertos. Algumas foram apenas uma "one night stand", mas outras acompanhar-me-ão por muito tempo. Mas todas elas proporcionaram grandes momentos, fosse pela circunstância, pela companhia, ambas ou simplesmente pela música.



MONEY




Kadebostany




Jett Rebel




Taymir




Flying Horseman




Jacco Gardner




Town Of Saints




Cosmic U





East India Youth





Doei!

domingo, 14 de setembro de 2014

Black Sabbath

Caríssimos,

Mais um post, mais um concerto, ainda que num passado já algo distante. Para ser mais preciso, este concerto aconteceu apenas dois dias depois do que originou o post anterior, no mesmo local.



Apesar do cansaço que daí resultaria, não quis perder esta oportunidade. Os Black Sabbath não têm aparecido por aí muitas vezes.

Há já uns anos, passariam por cá os Heaven & Hell, ou seja, os Black Sabbath com Ronnie James Dio no lugar de Ozzy Osbourne. Mas infelizmente uns meses antes Dio levou o seu talento para outras paragens.


Voltando aos Black Sabbath. Uma banda que me diz imenso, mas não posso dizer que conheço a fundo o seu trabalho.

Diz-me muito porque, como já antes referi por aqui, foi possivelmente o meu primeiro ponto de contacto com o Heavy Metal, na sua forma mais clássica.

Foi precisamente com o álbum Heaven and Hell, em que Dio aparecia como vocalista. E essa é provavelmente a razão para eu não conhecer tão bem o resto do trabalho da banda.

Conheço os clássicos, claro. Mas para mim, ouvir Ozzy em vez de Dio simplesmente não me puxava tanto, já que Ozzy simplesmente nunca soube cantar (embora admita que tem uma voz algo sinistra, pelo que se pode adequar ao som). A grande razão para eu ouvir o resto da discografia da banda era (e é) Toni Iommi. Que grandes riffs faz este senhor.


Adiante. Entretanto Ozzy voltou para uma nova reunião, e desta vez para gravar um álbum, 13.

Não é particularmente inspirado, pelo menos para o meu gosto. Mas os riffs estão lá, como sempre. E por mim isso chega.

E assim, sabendo ao que ia, o concerto foi um gozo. Ozzy desafinava, mas isso não é novidade. Mas foi um concerto em grande, com os enormes clássicos da banda e, claro, grandes riffs a invadir os ouvidos de todos os presentes.

Deixo-vos alguns dos clássicos que tocaram nessa noite, filmados há umas boas décadas atrás e ainda uma música do último álbum.


War Pigs



Black Sabbath



Paranoid



God Is Dead?



Doei!

sábado, 6 de setembro de 2014

Queens Of The Stone Age

Saudações, caríssimos leitores.

Queens of the Stone Age (QOTSA, para os preguiçosos), pois claro. Esses patifes andavam a passar-me ao lado há já demasiado tempo.

Há já uns bons anos foram ao mítico festival de Paredes de Coura. Eu fui lá nesse mesmo ano mas faltei no dia deles, algo de que me arrependi profundamente pouco mais tarde, quando comecei a ouvi-los com mais atenção.

Mais recentemente, tive até bilhete para os ir ver a Varsóvia, já que o concerto na Holanda estava esgotado. Mas por uma razão de que não me recordo agora, cancelaram esse concerto.

Pois bem, sabendo da sua vinda a Amsterdão em Novembro de 2013, não podia deixá-los passar mais uma vez.




Uma das bandas mais "cool" que conheço. É difícil arranjar uma outra denominação.

Embora prefira menos o som que apresentaram nos últimos álbuns, continuam a fazer muito boa música. Nos primórdios era um rock'n'roll puro e duro, sempre a abrir, muita distorção e as guitarras afinadas uns tons abaixo do normal. Seguiam assim as pisadas de bandas como Kyuss, à qual pertenceu também o líder dos QOTSA, e continuavam a desenvolver o estilo que ficaria conhecido como stoner rock.

Ouvir essas músicas dos primórdios faz-me pensar imediatamente numa road trip. É daquele som que para mim se adequa como poucos à condução, de preferência sem semáforos pelo caminho.

O seu som mais recente trás outras influências, tornando-se menos directo, mais eclético talvez. Em geral não me cativa tanto como o outro, mas admito que têm grandes músicas no seu último álbum.


Uma grande banda que finalmente pude apanhar em palco. O concerto foi uma mistura equilibrada do último álbum com os sucessos mais antigos. Portanto nunca havia muito tempo para respirar com as músicas mais calmas.

Deixo-vos algumas das minhas músicas favoritas, por ordem cronológica. Curtam. E isto é uma ordem.

Feel Good Hit Of The Summer (Rated R - 2000)



Go With The Flow (Songs For The Deaf - 2002)


In My Head (Lullabies To Paralyze - 2005)


I Appear Missing (...Like Clockwork - 2013)



Doei!