quarta-feira, 29 de março de 2017

Dez Anos

Boas webcams os vejam, caríssimos leitores!


Ultimamente as minhas sessões de escrita na blogosfera praticamente não têm existido, como talvez tenham reparado. Com todas as mudanças e incertezas que preencheram o último ano, o tempo que foi sobrando teve que ser ocupado com outras prioridades.

No entanto, tenho fortes razões para escrever algo neste momento.

Há precisamente dez anos estava eu a ultimar os preparativos para a grande viagem que se avizinhava. Umas horas mais tarde, ainda durante a noite, estaria a caminho do aeroporto de Lisboa, de onde partiria para Itália. Lembro-me perfeitamente de como num desses preparativos tirei, diligentemente, uma fotocópia do bilhete de identidade, para logo de seguida me esquecer do dito documento na fotocopiadora. Clássico. Felizmente tinha comigo o passaporte e pude viajar na mesma.

Mal sabia eu que com esse passo estava a iniciar a primeira de várias aventuras como emigrante. Muito menos imaginaria que dez anos depois estaria a escrevinhar umas frases algo nostálgicas num apartamento em Cracóvia. E, ainda mais inimaginável, que o Benfica estaria a defender o tri-campeonato e a selecção Portuguesa o título Europeu de futebol.


Mais do que nostalgia, sinto um verdadeiro fascínio pelo conjunto de passos que me conduziram a este momento, muitos deles aparentemente inócuos. Se não tivesse dado esse passo rumo ao desconhecido, certamente um ano depois não estaria novamente empenhado em tentar um novo e desconhecido destino e não encontraria aquele emprego naquela cidadezita da ilha verdejante onde não se passa absolutamente nada. Logo, nunca teria marcado encontro num pub com uma certa e determinada jovem que, vinda de terras Polacas, residia nessa mesma cidade.

Isto e um sem número de outras aparentemente minúsculas decisões para chegar aqui, a este momento, àquilo que sou.


Bem, isto está a ficar lamechas, portanto acabo por aqui. Tentarei ser mais assíduo, já que as prioridades acabaram de mudar. Curiosamente, ou não, dez anos depois de me pôr a caminho rumo a uma experiência no sector aero-espacial, acabo por regressar a algo relacionado. Veremos onde me leva mais este pequeno (ou não) passo.


Não me esqueço que num qualquer universo paralelo nunca cheguei a sair da terrinha. Mas com essa história não me tenho que preocupar. O meu Eu paralelo saberá o que fazer.

Também não me esqueço que há um outro universo paralelo em que me especializo em danças exóticas que incluem apenas uma tanga de dióspiros como traje, e que regularmente executo essas mesmas danças na corte do principado da Pontinha, o único local no mundo que ficou intacto depois da guerra das nove semanas e meia. Espero que esse meu Eu paralelo também saiba o que fazer.


Até já!

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