Boas webcams os vejam, caríssimos leitores!
Ultimamente as minhas sessões de escrita na blogosfera praticamente não têm existido, como talvez tenham reparado. Com todas as mudanças e incertezas que preencheram o último ano, o tempo que foi sobrando teve que ser ocupado com outras prioridades.
No entanto, tenho fortes razões para escrever algo neste momento.
Há precisamente dez anos estava eu a ultimar os preparativos para a grande viagem que se avizinhava. Umas horas mais tarde, ainda durante a noite, estaria a caminho do aeroporto de Lisboa, de onde partiria para Itália. Lembro-me perfeitamente de como num desses preparativos tirei, diligentemente, uma fotocópia do bilhete de identidade, para logo de seguida me esquecer do dito documento na fotocopiadora. Clássico. Felizmente tinha comigo o passaporte e pude viajar na mesma.
Mal sabia eu que com esse passo estava a iniciar a primeira de várias aventuras como emigrante. Muito menos imaginaria que dez anos depois estaria a escrevinhar umas frases algo nostálgicas num apartamento em Cracóvia. E, ainda mais inimaginável, que o Benfica estaria a defender o tri-campeonato e a selecção Portuguesa o título Europeu de futebol.
Mais do que nostalgia, sinto um verdadeiro fascínio pelo conjunto de passos que me conduziram a este momento, muitos deles aparentemente inócuos. Se não tivesse dado esse passo rumo ao desconhecido, certamente um ano depois não estaria novamente empenhado em tentar um novo e desconhecido destino e não encontraria aquele emprego naquela cidadezita da ilha verdejante onde não se passa absolutamente nada. Logo, nunca teria marcado encontro num pub com uma certa e determinada jovem que, vinda de terras Polacas, residia nessa mesma cidade.
Isto e um sem número de outras aparentemente minúsculas decisões para chegar aqui, a este momento, àquilo que sou.
Bem, isto está a ficar lamechas, portanto acabo por aqui. Tentarei ser mais assíduo, já que as prioridades acabaram de mudar. Curiosamente, ou não, dez anos depois de me pôr a caminho rumo a uma experiência no sector aero-espacial, acabo por regressar a algo relacionado. Veremos onde me leva mais este pequeno (ou não) passo.
Não me esqueço que num qualquer universo paralelo nunca cheguei a sair da terrinha. Mas com essa história não me tenho que preocupar. O meu Eu paralelo saberá o que fazer.
Também não me esqueço que há um outro universo paralelo em que me especializo em danças exóticas que incluem apenas uma tanga de dióspiros como traje, e que regularmente executo essas mesmas danças na corte do principado da Pontinha, o único local no mundo que ficou intacto depois da guerra das nove semanas e meia. Espero que esse meu Eu paralelo também saiba o que fazer.
Até já!
quarta-feira, 29 de março de 2017
Dez Anos
Redigido de forma ordenada e artística por
MrRogers
a
quarta-feira, março 29, 2017
Categorias: recordação
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