sábado, 16 de janeiro de 2016

The Theater Equation

Um grande bem-haja, caríssimos melómanos!


Voltando a um dos meus assuntos preferidos, prosseguimos então para Roterdão, em meados de Setembro, para uma ópera. Sim, uma ópera.

Como será óbvio para alguns de vós, esta não foi uma ópera normal. Creio que um desses eventos seria tortura para mim. Não a música, mas os berros estridentes que geralmente enchem esses palcos.

Esta foi uma ópera concebida pelo multi-instrumentalista / compositor Holandês Arjen Lucassen, mais conhecido no mundo do rock progressivo pelo seu projecto Ayreon. E foi sob esta designação que criou várias óperas repletas de sons progressivos, que vão desde pop, passando por rock e folk até ao metal mais pesado.



A ópera em questão foi baseada no álbum The Human Equation.

A história começa com o personagem principal numa cama de hospital, em coma depois de um acidente de automóvel, com a mulher e o melhor amigo ao seu lado.

A partir daqui vemos as suas emoções a ganhar vida e, cada uma com o seu personagem, ajudam a desenvolver a história, juntamente com as personagens humanas.

Não é uma história fabulosa mas, mesmo que tivesse a qualidade de escrita de uma telenovela Mexicana, eu render-me-ia da mesma forma, tendo em conta a música com que tudo me é apresentado.

Para além disso, o senhor Lucassen, com a reputação que foi ganhando, pode dar-se ao luxo (e dá-se, sem dúvida) de convidar autênticas constelações de artistas de qualidade para os seus projectos.

Neste caso temos diferentes cantores(as) para as diferentes personagens. Temos James LaBrie, dos Dream Theater, como personagem principal; Mikael Åkerfeldt, dos Opeth, como Medo; Devin Townsend como Raiva. Isto só para falar dos nomes que mais me interessavam do elenco. Os restantes não lhes ficam atrás.

Imagino que pela dificuldade de juntar toda essa gente nos mesmos dias, Mikael Åkerfeldt e Devin Townsend ficaram de fora e foram substituídos para a adaptação ao palco. No primeiro caso a mudança foi bastante radical, já que a brilhante, mas bastante menos brutal, Anneke van Giersbergen (antiga vocalista da banda The Gathering), foi a escolhida para o substituir.

Quando descobri a existência deste evento, apenas uma semana antes, já as três datas originalmente planeadas estavam esgotadas. A quarta, que entretanto fora marcada para a tarde de Sábado, ainda tinha lugares, e assim lá fomos.

Foi um espectáculo diferente do que estou habituado, por certo, mas foi uma bela experiência. Uma banda irrepreensível, incluindo uma mini-orquestra, vozes da mais alta qualidade e ainda um coro. Iria a muito mais óperas, se mais houvessem neste estilo.


Deixo-vos apenas o trailer oficial. Daqui por uns meses sairá tudo em DVD, para quem estiver interessado. Por agora, ouçam este e outros álbuns de Ayreon, se gostam de rock progressivo, metal, música em geral e de uma boa história.





Doei!

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