domingo, 10 de janeiro de 2016

Bicampeões e mal (ou bem) habituados

Saudações, caríssimos adeptos de futebol e de pesca!

É possível que alguns ainda se lembrem da anterior época futebolística em Portugal. De qualquer forma, é precisamente esse o próximo item na minha lista de coisas por escrever.



O Benfica foi bicampeão, o que tem sido absolutamente normal, como sabem. Pouca importância dou a tais vitórias, dada a regularidade com que acontecem. Lembro-me do anterior bicampeonato como se fosse hoje. Estava eu a caminho de uns maduros 2 anos de idade.

A época começou com mais uma razia no plantel, com jogadores importantes como Garay, Markovic, Rodrigo e Cardozo, entre outros, e ainda Enzo a meio da época, a saírem. Algumas saídas são muito fáceis de compreender. Toda a gente sabe que jogar na Rússia é bastante interessante, o Cardozo é tosco e só marca uns 20 golos por época e o Bernardo Silva é um jogador em final de carreira que era importante vender. O que não compreendo é como não se soube aproveitar craques como o Kardec, o Funes Mori ou o Djavan. Inaceitável.

A vinda de alguns reforços acabou por colmatar algumas saídas, mas não todas.

Ainda assim, e tendo em conta a experiência da época anterior, o meu pessimismo foi bastante mais contido, já que o treinador permanecera.


A época começou com o quarto troféu nacional referente à época anterior, a Supertaça. Uma vitória difícil sobre o Rio Ave, com a necessidade de ir a penalties, serviu para completar as conquistas da época anterior, e fez do Artur um herói improvável.

Logo na primeira jornada Artur foi novamente herói, tendo defendido mais um penalty frente ao Paços. Frente ao Sporting, à terceira jornada, tratou de oferecer o golo ao adversário, num lance que já ensaiara na Supertaça, estando nesta altura aperfeiçoado. Infelizmente, entretanto chegara Júlio César para "pegar" na baliza, pelo que teríamos, daí para a frente, menos oportunidades de ver Artur a proporcionar ataques cardíacos a adeptos Benfiquistas por esse mundo fora.

Entretanto a carreira fenomenal na Liga dos Campeões começara, com antigos jogadores do Benfica a mostrarem o porquê de terem rumado à Rússia.


Por esta altura, Talisca parecia que se iria tornar no melhor jogador de todos os tempos, Eliseu marcava golos do meio-campo e Lima falhava-os de qualquer zona do terreno.

Pelo Natal a situação estava a melhorar, com uma motivadora vitória no Dragão, com Lima desta vez a ser decisivo. E entretanto Jonas ia mostrando a importante contratação que tinha sido.

A partir desta altura, enquanto ia vendo os resumos dos jogos, comecei a ter menos vontade de escrever. Os resultados e as exibições estabilizaram e a verdade é que, sempre que havia um deslize, os rivais deslizavam também.

A verdade é que Jesus montara, mais uma vez, uma boa equipa, que acabaria por ser novamente campeã. E o facto é que estar a ver todos esses resumos me deixa deprimido. E é aqui que me farto de comentar a época anterior e começo a comentar a actual.


Como sabem, Jesus mudou-se para o rival Lisboeta, supostamente seu clube do coração. O problema desta época começou nesse momento, mas podia ter sido logo resolvido, dependendo do seu sucessor. Nesta altura parece-me que ainda está para ser resolvido, e já vai tarde.

Vamos a meio da época e o Sr. Rui Vitória ainda não me convenceu. Não é que isso seja importante, mas parece-me que se as coisas não mudarem nunca me convencerá.

Com um óbvio desinvestimento no plantel, ou uma aposta clara e propositada na formação (como preferirem), é claro que a matéria-prima não abunda. Mas os sintomas a que podemos assistir todos os fins-de-semana não se devem à falta de qualidade dos jogadores. Pelo contrário, há uma gritante falta de estratégia e jogo de equipa, que só a presença de uns quantos bons jogadores vai remediando. E os jogadores que eram bons nas épocas anteriores parecem ter deixado de o ser. Isso parece-me ser mais um problema de quem os treina.

O jogo do Benfica nesta altura consiste em ir trocando a bola, a maior parte das vezes para os lados e para trás, já que as ligações entre sectores, bem como os mecanismos de ruptura (ui, isto já está a ficar demasiado puxado para mim), são inexistentes, e esperar que uma vez ou outra o Gaitán, o Jonas ou, mais recentemente, o Renato Sanches, saquem de um brilharete e resolvam o jogo. Só calha bem na maioria das vezes porque boa parte das equipas Portuguesas são fraquinhas e acabam por ser azelhas ao finalizar as oportunidades de que dispõem (e são bastantes).

Por vezes as coisas saem mais facilmente, com um ou dois golos a caírem do céu no início do jogo, e depois a qualidade dos jogadores faz a diferença frente a equipas de calibre inferior. Outras vezes, é desesperar com dezenas de cruzamentos de todos os lados, esperando com isso resolver um jogo.

Creio que agora é difícil o panorama mudar. O Sporting vai lançado, tendo sido durante meia época o único dos três grandes a ter um treinador. O Porto pode ser que arranje um agora, e se o fizer parece-me que o destino do Benfica esta época será o terceiro lugar, no máximo.

Mas não posso ver apenas o lado pessimista da situação:

  • Que saudades que tinha de sofrer todos os fins-de-semana. Seja num jogo contra o Porto ou contra o União da Madeira, o resultado é sempre incerto. O futebol é isto. Posso sempre usar este chavão.
  • Ao menos temos um guarda-redes. Imaginem o que era jogar assim e ter o Artur na baliza.
  • Agora temos um treinador que fala Português. Aliás, até temos Gregos a falar Português.
  • De facto estou a gostar de alguns dos valores que estão a surgir da formação. Pode ser que daqui a uns anos seja para golear sempre na Liga dos Campeões a sério, como os putos fazem. Isso se lá chegarmos.
  • Tenho novamente um incentivo para jogar FIFA e FM, já que agora sinto-me capaz de pôr o Benfica a jogar melhor do que na realidade.

Afinal de contas está tudo bastante positivo. Continuemos então.


Até um dia destes!

1 observação(ões) de carácter irónico ou mordaz:

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Terceiro lugar não acredito. E se continuar a ganhar, o Benfica "arrisca-se" mesmo a ser campeão!