domingo, 6 de maio de 2018

Penta-lampião

Saudações Benfiquistas, caríssimos!


Como já deverão ter reparado (se não repararam possivelmente não têm qualquer interesse em ler o que quer que seja sobre este assunto), o FC Porto sagrou-se ontem campeão nacional, tendo bastado esperar pelo final do jogo entre os dois principais rivais. Parabéns aos campeões, foguetes e cenas, e é tudo o que tenho a dizer em relação a isso. Não é sobre esse clube que pretendo escrever, já que ao longo da época só vi dois ou três dos jogos em que estiveram envolvidos.

Com isto o Benfica perde a primeira oportunidade de alcançar o penta-campeonato, se bem que eu não estou com pressa relativamente a essa conquista. Mas de quem é a culpa?

Eu consigo pensar em alguns possíveis culpados. Desde logo o treinador. Já várias vezes concluí que não sou a maior autoridade na análise do jogo. Entre uma primeira má impressão, seguida de uma redenção, acabei por estar mais perto da segunda opinião do que da primeira aquando da conquista do tetra

Mas este ano a minha flutuante opinião voltou a pender para as primeiras impressões. Este Benfica sem Jonas parece que mais não faz do que bombear a bola para a frente, na esperança de que uma das motas consiga ganhá-la. E não me apetece sequer mencionar o que acontece quando Fejsa não está presente, para não ficar deprimido. Com isto não posso declarar a incompetência de Rui Vitória, mas creio que mais deveria ter sido feito para que a equipa... como dizer... jogasse futebol.

Temos também o presidente. Sim, o Benfica voltou a ser campeão com Vieira, tem cenas de betão que foram construídas durante o seu reinado, faz dinheiro como nunca com vendas, e no entanto nunca estive tão farto de um presidente. A sede de poder, com o abalroamento de estatutos pelo caminho, os esquemas duvidosos com os quais deve fazer pouco dinheiro, já para não falar do discurso egocêntrico nas vitórias e o apontar de dedos em todas as direcções nas derrotas, mesmo tendo sido o grande responsável pelo enfraquecimento do plantel ano após ano (o treinador que se safe).

Gostaria de um dia saber mais sobre o que realmente se passa nos bastidores, porque bonito não deve ser. Nunca quis ter um Pinto da Costa no Benfica (muito menos alguém que quer ser como ele), mas infelizmente não posso escapar à realidade. Eu já votei neste personagem, e todos os dias a minha alma chora um pouco por causa disso.

Depois, os árbitros. Os árbitros? Vá lá, não brinquem comigo. Não quero saber de arbitragens. É este tipo de discurso que não suporto, nem quando há razões para isso. As queixas dos clubes grandes relativamente aos árbitros dão-me vontade de rir e ninguém me consegue convencer da inocência de qualquer desses clubes.


Já em diversas ocasiões me referi ao circo que é o futebol Português. E, ao mais alto nível, o futebol é um antro de corrupção. Basta lerem alguns livros sobre o assunto (este ou este, por exemplo; existem também alguns exemplos em Portugal, mas neste caso tudo é mencionado muito a medo, sem dizer nomes e certamente muito fica por dizer) para se perceber até onde vai a sujidade do futebol. Porque deveria o futebol Português ser diferente? E porque perco eu tempo com isto?

Já escrevi sobre questões que me incomodam no futebol (inclusive as palhaçadas que ocorrem durante os jogos), bem como algumas razões para me ter tornado adepto de um clube grande em Portugal. Continuo a questionar-me regularmente sobre isto, e cada vez tenho menos razões que me convencem.


Tendo em conta que é mais fácil implementar um plano ambicioso neste âmbito quando se perde do que quando se ganha, usarei este pretexto para tentar manter a sanidade mental durante a próxima época. Quero, no entanto, deixar aqui uma nota. Isto não se trata de abandonar quem quer que seja nos maus momentos. Nenhum Benfiquista que viveu a última década do século passado e a primeira deste pode ser acusado de não aguentar com derrotas.

O meu plano é experimentar não ver absolutamente nada que envolva competições futebolísticas Portuguesas. Não sei se consigo, ou se quero, deixar de ver futebol completamente, porque não é o desporto em si que me desilude. Mas tentarei ver futebol de qualidade, interessante, e sobretudo com o qual não me tenha que chatear. Não faltam jogos interessantes por esse mundo fora. Se quiser ver o Benfica posso sempre ver os jogos da pré-época ou as competições Europeias, enquanto lá estivermos.

Reparem que usei a palavra "estivermos". Não creio que isto vá mudar as minhas preferências clubísticas, de todo. Mas estou curioso sobre quão bem ou mal sucedida será esta experiência. Pode ser que em Setembro já tenha sucumbido à ansiedade, ou que em todo o caso acabe por regressar ao meu velho hábito de ver os jogos do costume. Mas por outro lado posso dentro de um ano estar aqui a escrever sobre a minha experiência, sobre a minha nova pessoa, como se podem converter ao Budismo, como cozinhar arroz de marisco sem marisco, e quem sabe não estarei a fazer milhões com o lançamento de um best-seller sobre isso e muito mais.


Até lá, despeço-me com amizade.

Elder

Cordiais saudações, caríssimos!


Com a assiduidade a sofrer devido a inúmeras e importantíssimas tarefas que ocupam o meu tempo, venho, ainda assim, divulgar a banda que tive a oportunidade de ver ao vivo esta semana. Falo de Elder.



Já sigo esta banda Americana há uns anos e desta feita passaram aqui em Cracóvia. Cada vez mais aprecio este tipo de concertos. Bandas ainda pouco conhecidas a tocar num sítio pequeno, com uma plateia que sabe estar perante música não necessariamente fácil, mas muito gratificante.

Se calhar podia tentar descrever o que se passa na sua música, em que misturam alguns dos meus estilos favoritos, resultando numa espécie de Stoner Psicadélico Progressivo, onde músicas com 10 minutos de duração não são nada de anormal. Mas tendo em conta a minha incapacidade e/ou falta de vontade, bem como a provável falta de interesse da maior parte da população naquilo que tenho a dizer sobre o assunto, o melhor mesmo é ouvir.








Do widzenia!